"Um dos meus sonhos é conseguir vender aos americanos que não há como Portugal", diz José Costa Rodrigues, CEO da startup.
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Startup Relive quer acelerar negócios entre Portugal e EUA
José Costa Rodrigues, CEO da startup portuguesa Relive Foto: José Costa Rodrigues

O sonho americano agora passa por comprar casa em Portugal. Comprar casa: litoral de Portugal atrai californianos para viver. Estes são os títulos de dois artigos que escrevemos e que mostram, precisamente, que os norte-americanos estão atentos ao imobiliário residencial nacional. Um nicho de mercado que também não está a passar ao lado da startup portuguesa Relive, que foi fundada em 2021 pelo jovem empreendedor José Costa Rodrigues – conhecido por ter lançado, e depois vendido, a Forall Phones – e que opera também nos EUA, em concreto em Austin, no estado do Texas. “Um dos meus sonhos é conseguir vender aos americanos que não há como Portugal, e que se eles visitarem o país e comprarem cá casa vai ser para a vida”, conta ao idealista/news. 

A Relive tem escritório e consultores imobiliários em Portugal e em Austin e é, segundo as palavras do jovem empresário, “não uma empresa de mediação imobiliária, mas uma plataforma, um ecossistema para ajudar os melhores consultores do setor imobiliário a gerirem o seu negócio de forma profissionalizada”. 

E será que a empresa pode beneficiar desta tendência que existe e que está a fazer com que muitos norte-americanos invistam em imobiliário em Portugal? Poderá haver, nesse sentido, consultores imobiliários nos EUA a trabalhar para o mercado português? A resposta de José Costa Rodrigues surge num abrir e fechar de olhos: “É precisamente isso uma das coisas que queremos lançar. Ter consultores americanos nos EUA especializados a vender o país inigualável que temos, a enviar leads para Portugal, para a contraparte portuguesa da Relive agarrar a lead do cliente comprador e fechar negócio. E assim ganham os dois consultores, americano e português. Se fizermos o nosso trabalho bem, se executarmos bem, o americano comprador vai sentir que houve uma interligação gira. Esse é um sonho grande nosso, estabelecer essa ligação”. 

“Conseguirmos de alguma forma ligar esse potencial americano à qualidade de vida portuguesa, seja a trazer investidores americanos para Portugal, seja a ajudar portugueses que também querem emigrar para a América a procurar de algo melhor, parece-me algo bastante interessante. Vamos procurar fazer isso, sem dúvida”, acrescenta. 

Startup Portuguesa Relive à conquista dos EUA
José Costa Rodrigues (ao meio), CEO da Relive, e os sócios Sérgio Ferrás (esq.) e Henrique Brás Foto: Relive

“Portugal tem uma posição no mundo única”

Sublinhando que não conhece “mais nenhuma empresa em Portugal que tenha licença de mediação em Portugal e nos EUA sob o mesmo broker, sob a mesma gestão”, o CEO da Relive considera que já viajou bastante pelos EUA e por outras cidades mundiais e que na maioria dessas localidades “não há a qualidade de vida, o equilíbrio e a beleza natural, histórica e cultural que há em Portugal”.

De uma coisa José Costa Rodrigues diz não ter dúvidas: Portugal entrou definitivamente no radar dos investidores imobiliários. “Depois de estarmos lá fora e de vermos os problemas dos outros países relativizamos um pouco os nossos. Portugal tem uma posição no mundo única.”, frisa. 

“Se calhar pensamos que vivemos o boom do turismo a partir de 2014, 2015, 2016, 2017, mas gostava de acreditar que o boom do turismo e dos investidores estrangeiros a virem para cá e a quererem residir em Portugal ainda está para vir, porque as condições do nosso país, as condições de vida, são extraordinárias”, prossegue. 

Comprar casa em Lisboa
Photo by Lisha Riabinina on Unsplash

“Temos tudo a provar ainda”

E será que o contexto atual de guerra na Europa, inflação alta, taxas de juro a subir terá algum impacto no negócio da empresa e no próprio setor imobiliário? O CEO da Relive mostra-se confiante quanto ao sucesso do seu negócio, mas lembra que incerteza é também palavra de ordem, pelo que há que ter calma: “Temos tudo a provar ainda. Temos de ter muita humildade, principalmente num mercado em que há players tão grandes”. 

No caso concreto de Portugal, considera que “como há muita escassez, o mercado está muito resiliente”. “Há muito pouco produto residencial usado à venda a bom preço e de nova construção também não há assim tanto”, lamenta. Relativamente ao negócio nos EUA, diz não estar “muito preocupado”, porque a empresa está para já focada no mercado de arrendamento. “Veremos como será no futuro. É preciso ter muita calma agora, muito cuidado. Temos a sorte de sermos uma startup e relativamente recentes. Temos uma estrutura mais leve, mais ágil, mais adaptável, mas, se calhar, avizinham-se tempos mais difíceis”, conclui.

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