Ministro João Gomes Cravinho é sócio da Eurolocarno desde 2015 e tem uma participação de 20% na empresa, sem funções de gestão.
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Ministro João Gomes Craviho envolvido em polémica
João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros Imagem retirada do site do Governo

O ministro dos Negócios Estrangeiros é um dos sócios de uma empresa imobiliária – a Eurolocarno, sediada em Lisboa – que partilha com um sócio que já foi condenado por fraude fiscal, Marcos Lagoa. Empresa essa que foi fundada por um outro empresário (António Silva Barão) que esteve envolvido num dos maiores negócios imobiliários feitos em Portugal nos últimos anos, lesando o fundo de resolução do Novo Banco em 260 milhões de euros. João Gomes Cravinho diz desconhecer o “problema fiscal” de Marcos de Almeida Lagoa e alega ter uma participação de 20% na empresa, sem funções de gestão.

Segundo a CNN, que avançou a notícia, João Cravinho é detentor de uma quota de mil euros da Eurolocarno – Sociedade Imobiliária Lda, tendo declarado isso mesmo quer ao Parlamento quer ao Tribunal Constitucional

Ao todo, escreve a publicação, são sete os sócios da Eurolocarno, sendo que em maio de 2015 António Silva Barão saiu da gerência da empresa, altura em que foi substituído por Marcos Lagoa, que continua a ser sócio de João Gomes Cravinho na sociedade imobiliária, com uma quota de 500 euros. Marcos Lagoa foi, em 2012, um dos 11 arguidos no chamado Processo dos CTT, que causou 13,5 milhões de euros de prejuízo aos Correios, adianta a CNN. 

Sócio da empresa desde 2015

Em declarações à imprensa à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia, João Gomes Cravinho disse, citado pela Lusa, que a associação que lhe é feita com António Silva Barão é “inteiramente difamatória”. “Queria desde já dizer que é inteiramente difamatória a associação a uma pessoa que era um antigo proprietário da empresa que foi adquirida. É uma pessoa que eu não conheço, com quem nunca tive nenhum contacto, e nenhum dos sócios o conhece nem teve qualquer contacto com ele”.

João Gomes Cravinho admitiu esta segunda-feira (23 de janeiro de 2023), por outro lado, que conhece “há muitos e muitos anos” Marcos Lagoa, mas garantiu que “desconhecia qualquer problema judicial ou fiscal que pudesse ter” e sublinhou que não tem nada a ver com esses problemas.

"Nunca tive responsabilidade de gestão" na empresa

“A partir de 2015, efetivamente tornei-me sócio desta empresa, nunca tive nenhuma responsabilidade de gestão, e venho a saber ontem [domingo] que aparentemente um dos sócios teve problemas de natureza fiscal. Desconhecia por inteiro, mas quero sublinhar que esses problemas nada têm a ver com a empresa e muito menos comigo”.

“Não há qualquer tipo de ligação entre mim e eventuais problemas de natureza judicial que possam existir. A própria empresa nunca teve qualquer tipo de problema legal, tem os impostos em dia, não tem dividas à segurança social. E, desde o momento de entrada no Governo, nas sucessivas declarações ao Tribunal Constitucional, declarei ter uma participação de 20%, e não maioritária, como inicialmente se disse”, completou João Gomes Cravinho, citado pela Lusa.

*Com Lusa

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