
O mercado imobiliário comercial continua resiliente em Portugal, tendo sido transacionados cerca de mil milhões de euros até setembro. E é o setor do retalho que tem arrecadado a maior fatia deste investimento. Um maior crescimento do investimento em imóveis comerciais no nosso país é só esperado para 2025, refletindo os efeitos da descida das taxas de juro.
Até setembro deste ano, o investimento em imobiliário comercial em Portugal registou a cerca de mil milhões de euros, um “valor consistente” com o período homólogo, explica a Worx no relatório relativo ao terceiro trimestre deste ano.
Neste período, o retalho continuou a ser o setor mais atrativo, representando mais de 30% do capital investido. E, dentro deste setor, nota-se um maior interesse por supermercados e os retail parks. Foi, aliás, neste setor que se assinalou a maior transação do ano: a aquisição do centro comercial Alegro Montijo pela Lighthouse Properties por 177,8 milhões de euros.
A par de tudo isto, neste período sentiu-se “uma clara recuperação do investimento em escritórios, enquanto os hotéis mantêm a sua atratividade e consolidam-se como o segundo setor mais atrativo”, lê-se no comunicado enviado às redações.
Assim, a Worx conclui que o investimento em imobiliário comercial mantém-se “resiliente” em Portugal, “ainda que não se denote o tão esperado crescimento, em virtude do efeito da descida das taxas de juro e da melhoria das condições de financiamento”. Ao que tudo indica, 2024 deverá fechar com um investimento próximo dos dois mil milhões de euros, prevendo-se um crescimento “mais acentuado” apenas para 2025.
Na Europa estão a ser sentidos os primeiros sinais de uma recuperação do mercado de investimento, evidenciado pelo aumento de 8% do capital alocado a imobiliário comercial nos primeiros nove meses do ano face a igual período do ano anterior, segundo refere o relatório “Europe CRE 180”, do BNP Paribas Real Estate que contou com com contributos da Worx.
Procura por escritórios na Grande Lisboa em alta

No que diz respeito ao mercado de arrendamento de escritórios na Grande Lisboa, registou-se um volume de ocupação de 168,546 metros quadrados (m2) até setembro. É neste contexto que a Worx conclui que a procura por escritórios na Grande Lisboa mais do que duplicou face ao período homólogo, tendo mesmo ultrapassado a absorção total de 2023.
Uma das principais operações do ano foi observada no verão: a ocupação da totalidade do edifício Rato 11 pela Deloitte, abrangendo mais de 8.000 m2 de escritórios.
Sobre estes números, Pedro Rutkowski, CEO da Worx, destaca que “estes são sinais de uma clara recuperação da procura por escritórios que se deverá consolidar no próximo ano”.
Em concreto, prevê-se uma absorção de espaços de escritórios na Grande Lisboa próxima dos 200.000 m2 este ano, sendo este um dos melhores resultados do mercado de escritórios dos últimos 10 anos.
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