
Quando as empresas pensam em estabelecer escritórios em Portugal ou em relocalizar as suas instalações, Lisboa surge no topo da lista. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo “Where do Companies Want to Be?”, da consultora imobiliária internacional Savills, que analisa a performance do mercado ocupacional de escritórios últimos cinco anos. São vários os fatores que fazem com que as empresas, nomeadamente grandes multinacionais, estejam de olhos postos na capital lusa e a elejam para sediar operações.
Para Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, não há dúvidas: “Lisboa é uma cidade completa, cada vez mais internacional, sustentada por um incrível conjunto de fatores atrativos, que permitem que todas as zonas de mercado acabem por ser escolhas exequíveis consoante o perfil do ocupante”.
Segundo a Savills, que se apoia no Índice Europeu de Inovação, Lisboa encontra-se no 12.º lugar na tabela das cidades mais inovadoras da União Europeia (UE). Não é por acaso, de resto, que a capital recebe e continuará a receber, até 2028, palco a Web Summit.
“Atualmente, estão sediadas em Lisboa cerca de 354 mil empresas e é aí que se concentra o maior número de trabalhadores de empresas estrangeiras do setor tecnológico”, revela a consultora em comunicado.
A retoma económica permite antever a chegada de novas empresas estrangeiras a Portugal, e Lisboa deverá estar no topo da lista de preferências, com novos projetos a chegarem ao mercado
Entre os fatores que contribuem para este fenómeno estão também as políticas ambientais, que colocam Lisboa na linha da frente das escolhas das empresas, tendo em 2020 sido nomeada Capital Verde Europeia, por ter reduzido significativamente as emissões de CO2 e o consumo de água, e a mobilidade – Lisboa dispõe de uma robusta rede de transportes públicos, bem como de meios de transporte alternativos e partilhados que permitem responder a necessidades fulcrais dos colaboradores, como a facilidade e a rapidez de acesso ao local de trabalho.
Também a “recuperação progressiva da economia nacional” é importante para atrair investidores, nomeadamente no segmento de escritórios, que em janeiro de 2022 registou um volume de take-up de mais de 13.000 metros quadrados (m2), um aumento bastante significativo face aos cerca de 2.000 m2 do mês correspondente de 2021. A retoma económica permite antever a chegada de novas empresas estrangeiras a Portugal, e Lisboa deverá estar no topo da lista de preferências, com novos projetos a chegarem ao mercado, adianta a Savills.

Lisboa no radar dos Business Service Centers
As grandes multinacionais, principalmente do setor da tecnologia, estão a apostar forte em Lisboa, principalmente no que diz respeito à colocação de Business Service Centers, instalações que servem de plataformas para a expansão dos seus negócios.
“Entre 2016 e 2020, cerca de 40 novas empresas do setor das Tecnologias da Informação instalaram-se em Lisboa, e grandes nomes do setor automóvel, como a Mercedes Benz.io, a Volkswagen Digital Solutions, a Critical Techworks (parceria entre BMW e Critical Software) e a tb.lx (Grupo Daimler) também escolheram a cidade para a colocação de Centros de Competências. Dados recentes da AICEP, I.P. indicam investimentos de empresas estrangeiras não-financeiras como BJSS, CI&T, Cloudflare, Lockwood, NFON, Schréder Hyperion e Springer Nature”, indica a Savills, na nota enviada às redações.
A empresa conclui, ainda, que a procura por espaços de coworking na capital, nos seus mais variados formatos, tem vindo a crescer. “Os mais de 100 espaços de coworking espalhados pela cidade alimentam o ecossistema fortemente empreendedor da capital, com a oferta de instalações orientadas para a promoção da criatividade, flexibilidade contratual e relações interpessoais”, lê-se no documento.
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