
As elevadas taxas de juro parecem continuar a restringir as transações de investimento em escritórios na Europa. A conclusão é de um estudo da Savills que revela que o investimento em escritórios no primeiro semestre de 2024 atingiu os 14,1 mil milhões de euros, o que representa uma quebra de 21% em termos homólogos. Por outro lado, continua a haver procura de empresas para se instalarem nos escritórios europeus, com o arrendamento a atingir 1,6 milhões de metros quadrados (m2) no segundo trimestre de 2024, um aumento de 9% face ao período homólogo.
O mais recente estudo “European office research” da Savills revela que as transações de investimento em escritórios europeus atingiram os 14,1 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2024, menos 21% face ao período homólogo. Além disso, este valor é 60% inferior face à média do primeiro semestre dos últimos cinco anos, que foi de 36 mil milhões de euros. A nível geográfico, o Reino Unido continua a dominar a atividade com uma quota de 29% dos volumes de investimento em escritórios na Europa, revelam em comunicado enviado às redações.
Apesar de haver menos investimento neste segmento imobiliário, a procura de empresas para instalar empresas em escritórios continua a fluir na Europa, garantindo a rentabilidade do negócio de arrendamento. Talvez por isso é que a ‘yield’ média dos escritórios ‘prime’ na Europa permaneceu estável em 4,9% durante o segundo trimestre de 2024.
A verdade é que a generalidade dos escritórios europeus permanece em território de ‘fair-value’. Ainda assim, Oslo (4,75%) e Madrid (4,90%) aparecem como os mercados mais subvalorizados relativamente às ‘yields’ das obrigações soberanas. E no outro extremo do espectro está Lisboa, Bucareste e Copenhaga.
“Começamos agora a ver nos dados a correlação entre onde os valores de capital dos escritórios se ajustaram de forma mais significativa e os mercados onde os volumes de investimento estão a começar a recuperar”, explica James Burke, Director, Global Cross Border Investment da Savills, citado no documento. Foi isso mesmo que aconteceu em Espanha e na Noruega onde o investimento em escritórios se aproximou da sua média dos últimos cinco anos durante o primeiro semestre, após “ajustamentos de preços mais significativos”.
“Em todos os mercados, continua a existir um fosso nas expectativas entre compradores e vendedores, embora este pareça estar a diminuir gradualmente, com compradores e vendedores a ajustarem as suas ambições de preços”, aponta ainda James Burke.

Ocupação de escritórios na Europa aumenta 9%
A procura de empresas por escritórios na Europa continua a dar cartas, de tal forma que a ocupação atingiu 1,6 milhões de m2 no segundo trimestre de 2024, um aumento de 9% face ao período homólogo. Contas feitas, nos primeiros seis meses do ano o arrendamento de escritórios foi de 3,7 milhões de m2, mais 5% em termos homólogos, mas 7% abaixo da média dos últimos cinco anos.
As cidades que reportaram uma ocupação de escritórios superior à média dos últimos cinco anos no primeiro semestre de 2024 incluem Praga, Lisboa, Londres, Barcelona e Madrid com 45%, 40%, 25%, 11% e 9%, respetivamente, aponta a Savills
“Os números revelam que Lisboa continua a ser uma cidade de eleição para muitas empresas com grandes planos de crescimento, pelo que continuará a apresentar resiliência e potencial de crescimento a nível qualitativo e quantitativo”, refere Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, antecipando que o mercado na capital portuguesa deverá continuar dinâmico já que há novos projetos de escritórios em pipeline.
Já a taxa de escritórios não ocupados na Europa aumentou ligeiramente de 8,6% para 8,8% durante o segundo trimestre de 2024, em parte devido ao regresso de alguns espaços secundários ao mercado. Os principais mercados continuam a registar as taxas de disponibilidade mais baixas, com Paris e as principais cidades alemãs a permanecerem abaixo dos 6%.
“No geral, a atividade de arrendamento de escritórios em toda a Europa, até agora, está em alta em relação ao mesmo período do ano passado, embora se verifiquem algumas variações entre as cidades. Parte disto deve-se à escassez de stock adequado, com muitos inquilinos a renovarem os arrendamentos existentes em vez de optarem por espaços que não apresentam as comodidades requeridas nem boas credenciais de sustentabilidade”, comenta Christina Sigliano, EMEA Head of Global Occupier Services Director da Savills.
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