Capital portuguesa mantém-se competitiva num contexto internacional de transformação digital. Talento tecnológico pesa a favor.
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Cátia Colaço
Cátia Colaço (Colaborador do idealista news)

Numa era marcada pela acelerada transformação digital, Lisboa é 16ª cidade da Europa com maior resiliência face à Inteligência Artificial (IA) no mercado de escritórios, distinguindo-se pelo dinamismo dos seus polos empresariais e pela qualidade do talento tecnológico disponível.

Segundo o estudo mais recente da Savills, as cidades de Londres, Berlim, Munique, Paris e Dublin lideram este ranking, graças aos seus consolidados ecossistemas tecnológicos e à elevada especialização dos seus profissionais. Estes fatores são determinantes na procura de espaços de trabalho, conferindo resiliência aos efeitos da IA sobre o mercado de escritórios, sobretudo face a potenciais reduções de procura ou mudanças profundas nos modelos laborais.

“Num momento em que o investimento global em IA cresce rapidamente e redefine os modelos de trabalho, as cidades que conseguem atrair talento qualificado e desenvolver clusters tecnológicos robustos irão liderar o futuro do mercado de escritórios. Portugal tem dado provas dessa capacidade, sendo hoje procurado não apenas pela competitividade de custos, mas também pela qualidade do capital humano, infraestrutura digital e crescente presença de hubs tecnológicos”, afirma, em comunicado, Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills.

‘Big tech’ apostam em servidores e centros de dados

A Google, Amazon, Microsoft e Meta têm previsto um investimento de 750 mil milhões de dólares em servidores e centros de dados até ao próximo ano. Este ano, durante os primeiros 9 meses, as startups europeias de IA e Machine Learning conseguiram angariar 16 mil milhões de euros em venture capital, reforçando a estabilidade nos mercados de escritórios das cidades com redes tecnológicas maduras. Londres, por exemplo, conseguiu captar 26,5 mil milhões de euros em investimentos de risco para IA nos últimos 10 anos, assim como uma 'talent pool' de 120 mil engenheiros de software.

De acordo com Mike Barnes, Director of the European Commercial Research team da Savills, “a IA representa um risco adicional a longo prazo para o setor de escritórios”. Apesar deste alerta, o responsável mostra-se confiante de que “as mudanças nos empregos serão graduais, com funções a serem aumentadas - e não substituídas - pela tecnologia”. 

“Segundo a Oxford Economics, o emprego em escritórios na UE deverá crescer 4% nos próximos 10 anos, com novas funções como engenheiros de IA, cientistas de dados e responsáveis em ética de IA”, acrescenta Mike Barnes.

Por sua vez, Christina Sigliano, EMEA Head of Global Occupier Services da Savills, revela que “as competências como relacionamento interpessoal, criatividade e liderança serão cada vez mais valorizadas pelos empregadores”, afirmando que “os escritórios evoluirão para potenciar a interação entre pessoas, incluindo salas de reuniões de maior dimensão, zonas de concentração e áreas colaborativas adaptadas a diferentes atividades”.

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