O mercado europeu de escritórios registou, entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2025, um crescimento sustentado na procura, com um aumento de 3% da ocupação e uma subida média de 4,9% nas rendas prime. No caso concreto de Lisboa, a taxa média de disponibilidade subiu ligeiramente, passando de 7,7% em 2024 para 7,8% em 2025. Já as rendas aumentaram 7,1% em termos homólogos.
Segundo o relatório European Office Occupational Q3 2025 da Savills, os mercados de Frankfurt (+76%), Dublin (+46%), Barcelona (+41%), Praga (+36%) e City de Londres (+18%) tiveram volumes de absorção de escritórios muito superiores à média dos últimos cinco anos para o período em análise, o que reflete uma recuperação gradual da procura pelo setor tecnológico e resiliência dos serviços financeiros.
Enquanto isso, a incerteza política na Alemanha e em França tem afetado o seu ritmo de crescimento económico e, neste sentido, a atividade de arrendamento nestes países está a demorar mais tempo a concretizar-se.
Lisboa: disponibilidade cresce pouco e rendas disparam
Enquanto na Europa a taxa média de disponibilidade de escritórios se manteve nos 9,3% no terceiro trimestre deste ano, com taxas de disponibilidade de ativos prime abaixo dos 3% em vários mercados, a taxa média em Lisboa teve uma ligeira subida, passando de 7,7% em 2024 para 7,8% em 2025.
Esta oferta limitada de produto e qualidade para ocupação continua a pressionar as rendas, com estas a aumentarem 7,1% na capital portuguesa em termos homólogos. Mas foram os principais mercados centrais a liderar o aumento das rendas prime, com o West End de Londres a subir 17%, o centro de negócios de Paris 13% e Frankfurt igualmente 13%.
“Esperamos um aumento gradual da ocupação em 2026, à medida que os ocupantes retomam a sua atividade, apesar da incerteza geopolítica. A escassez de oferta de produto prime nas principais zonas centrais de negócios deverá continuar a sustentar o crescimento das rendas e a despertar, progressivamente, o interesse dos promotores ao longo de 2026”, indica, em comunicado, Christina Sigliano, EMEA Head of Global Occupier Services da Savills.
Madrid lidera ocupação nos mercados de escritórios
A taxa média de ocupação dos escritórios europeus subiu apenas 1% de acordo com a Savills, passando de 60% para 61% no último ano, mantendo-se abaixo do valor de referência antes da pandemia do Covid-19 (70%). No entanto, este aumento, ainda que ligeiro, reflete o número crescente de empresas que reforçam as suas políticas de trabalho presencial, sobretudo consultoras, bancos e sociedades gestoras de fundo.
Segundo Mike Barnes, EMEA Head of Global Occupier Services da Savills, “Madrid continua a liderar entre os mercados europeus de escritórios, com uma taxa média de ocupação de 68%, impulsionada pela forte concentração de residentes no centro da cidade, tempos de deslocação reduzidos e uma cultura empresarial que valoriza o trabalho presencial, especialmente nos dias de maior afluência”.
A Oxford Economics prevê um acréscimo líquido de mais de 600 mil postos de trabalho em escritórios na União Europeia nos próximos cinco anos e, de acordo com o relatório da Savills, a maior presença nos locais de trabalho e o crescimento do emprego continuarão a sustentar a procura por espaços de escritórios em 2026.
PIB europeu com ligeiro aumento
No terceiro trimestre deste ano o PIB da zona euro aumentou 0,2%, o que se traduz num crescimento fraco, embora positivo. Já no passado mês de outubro, o Indicador de Sentimento Económico (ESI) da UE atingiu o nível mais alto desde fevereiro deste ano, à medida que a incerteza relativa ao comércio global começou a abrandar.
Para 2025, a Oxford Economics fixou a previsão de crescimento do PIB da zona euro em 1,3%, antecipando já uma desaceleração para 0,8% em 2026, ano em que se espera que as taxas de crescimento apresentem menos diferenças regionais e que os mercados da Alemanha e França recuperem, prevendo-se também uma normalização do desempenho acima da média registado no sul da Europa.
Impulsionados por políticas fiscais expansionistas, assim como pelo aumento do consumo privado, os países nórdicos deverão continuar a superar a média europeia, com uma procura interna robusta.
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