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mediadores dizem que entrega de casas à banca recuou para níveis de 2011

os números alarmantes relativos à entrega de casas à banca estão a começar a estabilizar, apesar de o mercado imobiliário estar longe de estar regularizado. de acordo com luís lima, presidente da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip), as dações em pagamento caíram no terceiro trimestre, recuando para níveis de 2011

segundo dados da apemip, no terceiro trimestre do ano, foram entregues cerca de 1.100 imóveis em dação em pagamento, perfazendo um total de 4.400 imóveis entregues desde janeiro. sublinhe-se que nos primeiros três meses do ano foram entregues 2.300 imóveis, mais de 74% que no mesmo período de 2011, números que faziam “prever um verdadeiro desastre de proporções incalculáveis pela desregulação do mercador imobiliário”. no entanto, esclarece a apemip, “comparativamente às estimativas divulgadas para o segundo e terceiro trimestres de 2012, este número decresceu consideravelmente, reflectindo a mudança da acção do sector financeiro junto dos clientes”

em entrevista ao jornal de negócios, Luís lima referiu que “[no terceiro trimestre] mantém-se a tendência do segundo, ou seja, as dações caíram para metade das verificadas no primeiro trimestre [na altura atingiram as 2.300]". "começamos a assistir a uma estabilização. se a tendência se mantiver, acredito que até ao final do ano o número total de imóveis entregues em dação será semelhante ao de 2011, ficando entre os 6.500 e os 7.000. isso é bastante positivo, até se tivermos em conta o aumento de 36% sobre o número de imóveis entregues entre 2010 e 2011”, revelou

de acordo com o presidente da apemip, os promotores continuam a ser quem entrega mais casas à banca. “os promotores estão a desaparecer, a construção está parada e continuam a faltar mecanismos legais de protecção. a banca tem de trabalhar com eles como trabalha com as famílias, mas continua a faltar sensibilidade nesse sentido”, adiantou

sobre a manutenção da cláusula de salvaguarda do imposto municipal sobre imóveis (imi) por parte do governo, luís lima considera que a decisão “oferece algum alívio neste momento e mais tempo de reflexão sobre a justiça dos novos valores”, mas lembrou que o “aumento do imi não é um sinal positivo para o mercado imobiliário”. “poderá afastar potenciais investidores e inviabilizar a reabilitação e o arrendamento urbano. é um problema adiado, não um problema resolvido”, explicou. nesse sentido, reiterou que a existência de uma taxa única de 0,35% “garantiria a previsibilidade do imposto, fundamental para cativar investidores além de ser fiscalmente muito mais justa”

no actual contexto de crise, e com os bancos a fecharem cada vez mais a torneira ao crédito à habitação, luís lima não tem dúvidas de que a venda de casas vai continuar a baixar: “o número de transacções imobiliárias será, este ano, o mais baixo desde 1992. no ano passado, já tivemos uma quebra de 25% e este ano será ainda maior. os "spreads" continuam muito altos e o crédito disponível é escasso, nomeadamente no que toca à aquisição de casa própria”

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