Há em Portugal pelo menos 3.601 edifícios expostos aos danos de inundações em zonas problemáticas de Lisboa, Porto, Coimbra e Oeiras. Em causa estão dados que resultam de um projeto da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, financiado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), que fez a primeira cartografia completa do risco de cheias no país. Desta forma, as seguradoras podem saber, com precisão, qual o risco concreto a que está sujeita cada uma das construções.
O estudo concluiu que embora Coimbra seja a cidade com mais edifícios expostos às cheias (1.278) é na zona de Algés, em Oeiras, que os riscos são maiores.
Segundo o Público, o projeto em causa – designado Cartas de Inundação e Risco em Cenários de Alterações Climáticas (Cirac) – nasceu após três anos de trabalho e envolveu o cruzamento de dados relativos à precipitação, às cheias e à localização dos edifícios. Modelos de hidrodinâmica traçaram o comportamento teórico de inundações com vários níveis de gravidade e modelos climáticos traçaram cenários sobre o que se pode antever para o futuro.
Quanto a números, importa referir que cerca de 2% do território nacional é de alta ou muito alta vulnerabilidade, o equivalente a 1.780 km2, uma área que quase equivale à do concelho de Odemira, o maior do país. Outros 14% (12.500 km2) são áreas de vulnerabilidade moderada. Aí estão, por exemplo, as bacias espraiadas de grandes rios, como o Tejo, o Mondego ou o Vouga, o centro do Alentejo, parte do Algarve e zonas ao redor de algumas cidades, como Setúbal, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real e Castelo Branco. O resto do território tem baixa vulnerabilidade, sobretudo o litoral e sul do Alentejo, as serras algarvias e a maior parte da região Centro e Norte interior.
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