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Fisco vigia contas da luz e água e mete inspetores disfarçados à caça de arrendamentos ilegais

No âmbito de um feroz plano de combate à clandestinidade dos arrendamentos de casas, as companhias de água, luz e gás vão passar a ser obrigadas a comunicar à Autoridade Tributária todos os consumos dos detentores dos respetivos contratos. A informação tem que ser prestada às Finanças pelos fornecedores de serviços todos os trimestres, por via eletrónica, com o objetivo de ser feita a comprovação automática dos proprietários dos imóveis e respetivos inquilinos.

A ideia, segundo o Correio da Manhã, é detetar prédios com consumos de energia, água e gás que não são declarados como arrendados pelos respetivos senhorios. "Portugal passará a ter a partir do próximo ano um mecanismo pioneiro a nível europeu de combate ao arrendamento paralelo, baseado na utilização de novas tecnologias e cruzamento intensivo de dados", disse o Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ao diário.

Em resposta às críticas de Bruxelas, que no primeiro relatório de vigilância pós-programa de ajustamento exigiu "medidas contra fraude no mercado de arrendamento, onde a proporção de economia clandestina motiva particular preocupação" a AT vai, por outro lado, obrigar os senhorios a emitirem recibos de renda no Portal E-Fatura (como já são os atuais recibos verdes).

Os proprietários que auferem rendas de menor valor deverão comunicar até 31 de janeiro de cada ano as rendas totais que receberam no ano anterior. E, tal como aconteceu nos meses de verão para detetar arrendamentos turísticos não declarados, vai reforçar as equipas de inspetores que vão trabalhar "disfarçados " de inquilinos, de modo a combater as situações de arrendamento clandestino.

O CM escreve que estão a ser preparadas várias operações de fiscalização para este setor da economia, em colaboração com os notários, de modo a cruzar os contratos de arrendamento com os proprietários dos imóveis.

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5 Comentários:

isabel
2 Janeiro 2015, 16:19

E quem tenha problemas de saúde, como a doença de Crown, ou semelhante, o Fisco deve conferir as cagadas e as descargas sanitárias...
Eles que tenham juízo!!! E não se metam nisso... podem dar-se mal!!

Começa o povo a ir fiscalizar as casas deles... e já agora o "sim-senhor" vulgo, olho do cu... Meninas/Meninos nada de diabetes nem medicação, nada de dietas nem bandas gástricas assim como by-pass... que fazem ir à sanita mais do que muitas vezes por dia... E ai de quem tome banho... o fisco toma com eles. A minha mãe até se esquece da torneira aberta... vou ter o fisco acampado... no meu extenso jardim. Acabem-se com as hortas, acabem-se com os jardins, acabem-se com os acamados e não só... Chegámos a uma situação que nem "cagar se pode"!!!

isabel
2 Janeiro 2015, 16:28

Isto tudo deve ter sido uma diarreia mental do Governo...

Luis Portugal
20 Janeiro 2015, 15:39

O curioso é que a Comissão Nacional para a Proteção de Dados (CNPD) proibiu o estado de consultar as contas de água e luz deccidadãos privados para saber se, quem tinha casas (rendas) sociais estava mesmo lá a morar. "É uma devassa da privacidade" disseram eles.

Agora o estado vem, impávido e sereno, consultar os consumos de TODOS os Portugueses (incluíndo dos cumpridores, que são a maioria) e ninguém se indigna.

Em Portugal a evasão fiscal parece equiparar-se ao terrorismo. A luta contra ela, justifica qualquer ação do estado pode tudo fazer. Ainda me lembro do tempo em que a privacidade era respeitada e até consagrada na lei. Por isso se criou a CNPD, que entretanto se tornou irrelevante.

Quando é que o estado começa a cortar na despeza e a reduzir os impostos de todos nós? Não prometeram que "se pagassemos todos, pagávamos menos"? Com tanta fiscalização, com tanta fatura da sorte, com tanto cruzamento de dados ainda não pagamos todos? Se não, para que devassar agora a nossa privacidade em nome de uma luta levada a cabo por incompetentes? Se sim, onde está a prometida redução? Só vejo aumentos! Há duas semanas foram mais 5c por litro nos combustíveis.

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