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Sócrates diz que só intercedeu pelo Grupo Lena depois de ter saído do Governo
GTRES

José Sócrates garantiu que nunca tomou “qualquer iniciativa” para favorecer empresas do Grupo Lena ou do seu amigo Carlos Santos Silva enquanto esteve no Governo. Segundo o ex-primeiro-ministro admitiu, no entanto, que intercedeu pelo Grupo Lena junto do vice-presidente de Angola no último verão. Sócrates nega ainda a existência de um fundo para “esconder” imóveis que, disse, nunca teve. 

“Nunca, em nenhuma circunstância, durante todo o tempo em que exerci funções governativas, tomei qualquer iniciativa, diretamente ou através de terceiros, para favorecer as empresas do Grupo Lena ou do meu amigo Carlos Santos Silva”, disse José Sócrates, em entrevista à SIC.  

Quando questionado sobre se seria verdade que em setembro de 2014 tinha telefonado para o vice-presidente de Angola, Manuel Domingos Vicente, a interceder pelo Grupo Lena, respondeu da seguinte forma: “Quanto ao telefonema para o vice-presidente de Angola, é verdade que, já neste último verão, vários anos depois de ter saído do Governo, num almoço com o meu amigo Carlos Santos Silva e um dos administradores do Grupo Lena, foi-me perguntado e pedido se podia diligenciar para que essa empresa fosse recebida pelo sr. vice-presidente de Angola. Acedi ao pedido por mera simpatia e fiz esse contacto com gosto, sem nenhum interesse que não fosse ajudar uma empresa portuguesa, como, aliás, fiz com outras”. 

O ex-primeiro-ministro garantiu ainda que nunca teve um milhão de euros escondido num cofre nem imóveis escondidos em fundos imobiliários. Sócrates nega também que nunca pensou em fugir e disse que não compreende o perigo de fuga alegado pelo juiz Carlos Alexandre para o manter em prisão preventiva. “A questão das violações sistemáticas do segredo de justiça não pode ser dissociada da questão das minhas intervenções públicas. Sou obrigado a defender-me na praça pública porque é também na praça pública que estou a ser acusado e julgado. (…) E não é só a violação do segredo de justiça, são as mentiras: malas de dinheiro que iam para Paris; o milhão descoberto num cofre que nunca foi meu; e agora um fundo que eu teria para ‘esconder’ os imóveis que nunca tive. Tudo invenções e mentiras”, argumentou.

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