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Rendas caras impulsionam a compra de casa

O mercado de arrendamento ganhou força nos últimos tempos, mas está a perder terreno para a compra de casa, até porque arrendar casa ainda é caro. No ano passado, venderam-se 230 casas de habitação por dia, um número que deverá aumentar 25% este ano, estima a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária e Portugal (APEMIP).

“[Os números] estão muito relacionados com as ações políticas e os incentivos que surjam para o mercado”, nomeadamente para o do arrendamento, disse Luís Lima, presidente da APEMIP, citado pelo Dinheiro Vivo. “Ninguém sonha em ser arrendatário, ainda que acabemos todos por ser arrendatários perante os bancos”, acrescentou, lamentando a falta de eficácia do mercado de arrendamento: “Não se fez o que se devia ter feito para potenciar o arrendamento, algo a nível fiscal que incentive a colocação de casas no mercado. O Governo tem de ser mais ousado e evitar uma dupla tributação de quem arrenda, pela posse e pelos rendimentos, [ou] as rendas serão sempre superiores ao que as pessoas estão disponíveis para pagar”.

Já António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), considera que “comprar casa é colocar algemas de pedra”. “É importante não repetir os erros do passado e mostrar que aprendemos alguma coisa”, disse, frisando que “os prédios estão velhos, a precisar de obras e as rendas são caras”.

Um dos exemplos dados pela publicação é o de um jovem casal, com menos de 30 anos. André e Leonor deixaram de ser inquilinos e pediram dinheiro emprestado ao banco para comprar casa porque “é possível pagar o mesmo ou menos ao banco do que se paga a um senhorio”, contam.

O casal vivia num T2 na Graça, em Lisboa, pelo qual pagavam 750 euros por mês e agora vão viver numa casa maior (um T3) e pagar menos – a prestação do crédito à habitação rondará os 600 euros. “Os custos iniciais são suportáveis, além de que estamos a pagar por uma coisa que um dia acabará por ser nossa. Quando pagamos uma renda não estamos a preparar o futuro”, referem.

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