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Vistos gold: investimento caiu para metade no último ano
GTRES

No ano passado, o investimento resultante das Autorizações de Residência para a atividade de Investimento (ARI) – os chamados vistos gold/vistos dourados/golden visa – ascendeu a 466.259.797,63 euros, o que representa uma diminuição de 49% face aos 921.314.178,34 euros obtidos em 2014.

Segundo a Lusa, que se apoia em dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), dos mais de 466 milhões de euros obtidos, a maioria (418.079.180,09 euros) resultou da aquisição de imóveis – têm de custas pelo menos 500.000 euros. Em 2014, o investimento arrecadado com a compra de imóveis foi praticamente o dobro do ano passado: 840.425.983,31 euros.

No que diz respeito aos vistos gold atribuídos mediante a transferência de capital, no ano passado o investimento foi de 48.180.617,54 euros, valor inferior aos 80.888.195,03 euros obtidos em 2014.

Em 2015, foram concedidos 766 vistos dourados, menos de metade dos 1.526 atribuídos em 2014, considerado o melhor ano de sempre deste programa de captação de investimento estrangeiro. Dos 766 vistos atribuídos no ano passado, 719 resultaram da compra de imóveis, 46 da transferência de capitais e um na sequência da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Investimento total de 1.693 milhões de euros

Desde 8 de outubro de 2012, altura em que a medida foi aplicada, foram atribuídos 2.788 vistos gold, totalizando um investimento de 1.693 milhões de euros. Deste montante acumulado, 1.528 milhões de euros resultam da compra de bens imóveis e 165,4 milhões de euros da transferência de capital.

Dos 2.788 vistos atribuídos, 2.635 foram concedidos na sequência da compra de imóveis, 149 através da transferência de capital e quatro pela criação de, no mínimo, 10 empregos.

Mediadores preocupados

Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), considera que “esta quebra tem impacto no setor imobiliário” e que “a imagem e a credibilidade do país está a ficar afetada aos olhos dos investidores”, nomeadamente na China. “Ainda há dias uma das mais importantes cadeias de televisão chinesas veio fazer uma reportagem sobre o assunto. É um tema que os preocupa bastante”, disse, em declarações ao Dinheiro Vivo.

O responsável lamentou o facto de o escândalo que envolveu os vistos gold – “Operação Labirinto” – ter acontecido em novembro de 2014 e o SEF não despachar processos desde maio do ano passado: “Há vistos à espera de autorização há nove, dez meses. Não queremos atribuir vistos a quem não é honesto, [mas] como as coisas estão não é possível continuar”.

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