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Crédito à habitação: taxas de juro negativas deixam bancos sem lucro; famílias já só amortizam crédito
idealista/news

O crédito à habitação nunca foi tão barato. A Euribor a seis meses - o indexante mais utilizado nos empréstimos bancários para a compra de casa no mercado nacional - caiu mais de 190% no espaço de um ano, de 0,126% em fevereiro de 2015 para os atuais 0,116 negativos. Os bancos estão a perder lucro e quem sai a ganhar são as famílias, com significativas poupanças na prestação. A estratégia da banca passa agora pelos contratos com Euribor a 12 meses, mas também aí a tendência de queda é evidente (ver gráfico).

O Correio da Manhã fez as contas e diz que num empréstimo de 150 mil euros, com um spread - margem de lucro do banco - de 1 %, a 30 anos e indexado à Euribor a seis meses, a prestação cai cerca de 17 euros mensais: há um ano, com a média da Euribor em fevereiro, a prestação paga em março de 2015 estava nos 491 euros. A manterem-se os valores negativos deste mês, a mesma família vai pagar em março deste ano 474 euros, antevê o jornal.  

As taxas de Euribor negativas fazem com que a margem de lucro do banco desapareça. Os bancos queriam recusar-se a aplicar este princípio, mas estão agora obrigados a isso, por vias de uma imposição do Banco de Portugal para que se refletitam os juros negativos no empréstimo à habitação.

A maior parte dos portugueses com crédito à habitação já só está assim a amortizar o crédito, deixando os bancos banco quase sem margem de lucro.

Perante este novo cenário de juros negativos na habitação, muitos bancos em Portugal começam a só querer firmar contratos com Euribor a 12 meses - um indexante que até agora era quase inexistente no mercado nacional de hipotecas - , tal como o idealista/news já tinha noticiado.

Mesmo aqui há poupanças para as famílias, segundo o CM. O indexante a um ano já caiu 103%, naquela que foi a maior descida da última década, e começa a entrar em valores negativos. Se a Euribor a 12 meses arrancou em 2015 nos 0,323%, na última semana tocou nos 0,009% negativos. Ainda assim, a a média de janeiro foi positiva, remata o jornal.  

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