Agosto é, em geral, um mês de pausas. Mas isso não se verificou no imobiliário em Portugal, sobretudo nas regiões de Lisboa, Porto e Algarve, onde a procura de casas continuou a crescer de forma sólida, superando inclusivamente a oferta. Mas as expetativas dos agentes do setor são agora menos animadoras quanto ao curto prazo e alertam que, para manter o dinamismo, será necessário assegurar estabilidade fiscal e o robustecimento da concessão de crédito.
Esta análise consta do mais recente relatório do Portuguese Housing Market Survey, com base num inquérito mensal a 150 empresas do setor imobiliáriorealizado pelo Confidencial Imobiliário e pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors).
"Esta situação de desequilíbrio", segundo indica o estudo, "está a conduzir a um aumento dos preços das casas", verificado nas regiões de Lisboa, Porto e Algarve, frisando o inquérito que é expectável que "os preços das casas cresçam ainda mais ao longo dos próximos três meses e, num horizonte a 12 meses, os inquiridos continuam a projetar um crescimento dos preços de pouco menos de 3%".
Mas para isso, "no âmbito dos clientes estrangeiros, é necessário garantir a estabilidade fiscal, assegurando a previsibilidade nas condições de mercado. Já para o público nacional, destacam a necessidade de fortalecer o sistema financeiro, mantendo, assim, a dinâmica por parte das famílias", considera Ricardo Guimarães, diretor da empresa de informação Confidencial Imobiliário, citado em comunicado.
Já o economista do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS) Simon Rubinsohn, avisa que a melhoria contínua das condições de crédito será "fundamental para suportar a atividade do mercado de compra e venda de casa".
Para poder comentar deves entrar na tua conta