A Segurança Social (SS) tem vindo a tentar fazer do imobiliário uma fonte de receita adicional, de forma a tirar partido dos imóveis que recebe nos processos de regularização de dívidas. Mas os objetivos estão longe dos que tinha traçado, tendo registado neste negócio uma perda à volta de 4 milhões de euros em 2015, revela o Tribunal de Contas (TdC).
Ou seja, a Segurança Social recebeu imóveis avaliados em 6,344 milhões de euros, mas só encaixou 2,353 milhões de euros com a sua alienação, o que corresponde a uma diferença de 3,991 milhões de euros, segundo o anteprojeto de parecer do TdC sobre a Conta da Segurança Social de 2015, citado pela Lusa.
O Tribunal de Contas diz mesmo que constatou “diversas fragilidades” no inventário do património imobiliário da Segurança Social, sendo que os imóveis alienados e provenientes de “dação em cumprimento” (para regularização de dívidas) representam 37,1% do valor das dações.
Vendas abaixo do preço
“Com exceção de dois, todos os outros foram alienados por valores inferiores aos atribuídos para efeitos de dação. Salienta-se que a maior perda se verificou em três dos imóveis que integraram o património da Segurança Social em 2007, com intervenção do administrador de insolvência, aos quais foi atribuído o valor de 3,497 milhões e o valor da alienação foi de 464 mil euros, o que representa uma recuperação de apenas 13,3%”, denuncia o TdC.
O TdC relata, porém, que também encontrou casos de imóveis cujo valor da alienação “ultrapassou largamente o valor de registo do imóvel em termos brutos, e, consequentemente, originou mais-valias, situação que decorre do facto de se tratar de imóveis já muito antigos e com valores de registo muito diminutos”.
O TdC, segundo escreve a agência de notícias, queixou-se ainda de que não foi possível confirmar integralmente os valores dos imóveis relevados nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2015, porque não lhe foram remetidos documentos de suporte àquele registo.
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