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É oficial: preços das casas aumentaram 7,1% em 2016
INE

Os preços das casas aumentaram 7,1% num ano, em 2016 face a 2015. Uma tendência que se tem verificado nos últimos tempos, sendo que a subida verificada no ano passado é a mais expressiva desde 2010, ano em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a contabilizar este indicador. E mais: foram vendidas 127.106 casas em 2016, mais 20.000 que no ano anterior.

“Em 2016, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) apresentou uma variação média anual de 7,1%. O ritmo de crescimento observado em 2016 foi superior em 4% ao observado em 2015, verificando-se um crescimento médio dos preços dos alojamentos existentes (8,7%) superior ao dos alojamentos novos (3,3%)”, conclui o INE.

É oficial: preços das casas aumentaram 7,1% em 2016
INE

Segundo a entidade, “tal como tem vindo a suceder desde o último trimestre de 2014, os alojamentos existentes voltaram a registar um aumento dos preços (9,2%) superior ao verificado nos alojamentos novos (3,5%)”.

No que diz respeito à venda de casas, "no ano de 2016 registaram-se 127.106 transações, mais 18,5% que em 2015, ultrapassando os 14,8 mil milhões de euros, mais 18,7% (cerca de 20 mil casas) que em 2015”, lê-se no site do instituto. O número aproximou-se do máximo da série disponível, iniciada em 2010, quando foram vendidas 129.950 casas.

É oficial: preços das casas aumentaram 7,1% em 2016
INE

O INE revela ainda que entre outubro e dezembro de 2016 foram vendidas 34.339 casas, o valor trimestral mais elevado de sempre (desde 2010). “Neste período, 28.876 transações respeitaram a alojamentos existentes o que representou 84,1% do total. No quarto trimestre de 2016, o acréscimo registado do número de transações, por comparação com idêntico período do ano anterior (15,1%), adveio em exclusivo do comportamento das vendas de alojamentos existentes na medida em que as mesmas aumentaram 20% enquanto as transações de alojamentos novos diminuíram 5,3%”.

É oficial: preços das casas aumentaram 7,1% em 2016
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Lisboa em alta

Em termos regionais, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 44.311 transações de alojamentos, o que representa um novo máximo na série disponível, tanto em termos absolutos como no que respeita à quota relativa regional (34,9%). O Algarve, com 12.361 transações, foi a outra região que registou um máximo regional em 2016.

É oficial: preços das casas aumentaram 7,1% em 2016
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“Em termos de valor, no ano de 2016, os alojamentos transacionados na Área Metropolitana de Lisboa totalizaram mais de 6,9 mil milhões de euros, o que representa o mais elevado peso relativo (47%) desta região na série disponível (+1% face à quota de 2015). Pela primeira vez, o valor das habitações vendidas no Norte, Centro e Algarve representaram menos que o valor das transações ocorridas na Área Metropolitana de Lisboa. Por comparação com 2015, a região Norte e a região Autónoma dos Açores foram as restantes NUTS II a apresentar um crescimento nas quotas percentuais do valor das transações de alojamentos (mais 0,3% e 0,2% que em 2015, respetivamente)”, conclui o INE.

Subida dos preços “não é sustentável”, dizem especialistas

Entretanto, os especialistas do setor consideram que a subida dos preços das casas “não é sustentável”. Para Ricardo Sousa, administrador da Century 21, os preços devem continuar a aumentar este ano, “mas de forma mais moderada”, disse, citado pelo Dinheiro Vivo. Já Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário (Ci), prevê uma valorização na ordem dos 4%.

Miguel Poisson, diretor-geral da ERA Portugal, justifica os números com a procura crescente por Portugal como destino de investimento. Quer por parte de estrangeiros quer por portugueses, que passaram a olhar para o mercado imobiliário nacional como uma boa aposta.

Uma opinião, de resto, partilhada por Ricardo Sousa. “Em 2016, a classe média regressou em força, foram as famílias o verdadeiro motor do crescimento”, referiu, salientando que o crédito à habitação cresceu 44%.

Para Ricardo Guimarães, “as condições de mercado encontram-se claramente favoráveis à dinâmica imobiliária e as expetativas apontam para que os preços e a procura continuem a crescer em 2017”, daí estimar um agravamento dos preços de 4% este ano, que será “mais alto nas regiões de Lisboa e Algarve”. No Porto, os preços devem subir “apenas” 2,6%, acrescentou. Segundo Miguel Poisson, a procura pela cidade Invicta é elevada, mas “começa já a escassear a oferta”.

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