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Há 1,24 milhões de portugueses isentos de IMI, mais 78 mil que em 2016
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A isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) atribuída a casas de reduzido valor e a famílias de baixo rendimento chegou neste ano a 1.240.835 proprietários, mais 78.296 que em 2016. A subida é parcialmente explicada por atualizações do Valor Patrimonial Tributário (VPT) das casas e também pelo facto de, desde 2016, a lei permitir que esta isenção se mantenha mesmo quando há dívidas ao Estado por regularizar.

Segundo o Diário de Notícias, desde 2016 que a isenção intemporal do IMI é apurada e atribuída de forma automática pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) com base na declaração de rendimentos dos contribuintes e do seu agregado e do valor dos imóveis que detenham, ficando de fora da alçada do imposto a casa que serve de habitação permanente. Em causa estão famílias que ganham menos de 15.295 euros (2,3 vezes o indexante de apoios sociais, fixado em 475 euros) por ano e com imóveis de VPT até aos 66.500 euros.

Apesar destes limites não terem sofrido qualquer alteração, o universo de pessoas que não têm de pagar IMI aumentou. A diferença é ainda maior se se tiver em conta que em 2016 este mecanismo automático acabou por abranger, de forma errada, emigrantes e residentes estrangeiros. Não porque tivessem rendimentos baixos, mas porque não os declaram em Portugal.

Fonte oficial do Ministério das Finanças adiantou, citada pela publicação, que “foi retirada a isenção a cerca de 9.936 proprietários de prédios de reduzido VPT relativamente aos quais se verificou que, não obstante manterem o domínio fiscal em Portugal, não reuniam as condições” previstas na lei para terem direito a este benefício fiscal.

“A AT reconhece oficiosamente a isenção com base nos elementos de que dispõe à data do respetivo reconhecimento, não deixando contudo de efetuar um maior aprofundamento na verificação das condições exigidas para a sua atribuição, procedendo à sua cessação e consequente liquidação do IMI devido, quando for caso disso”, garante a mesma fonte.

Em 2016, o Fisco realizou várias ações de identificação de contribuintes não residentes que não deveriam ser abrangidos por esta isenção, tendo emitido 39.599 documentos corretivos, visando 139.443 não residentes. Posteriormente, e já em articulação com as autarquias, procurou identificar outras situações que tenham escapado à verificação manual dos serviços. Ao todo, estas situações resultaram numa borla de 57 milhões de euros no IMI, tendo apenas em conta a primeira prestação, que é paga em abril. Parte deste dinheiro já foi recuperado, porque foram entretanto emitidas notas de cobrança.

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