
Meia centena de ativistas e coletivos responderam – no sábado (16 de dezembro) – ao apelo da Associação Habita para se discutir a formação de uma frente comum contra os despejos em Lisboa. A mesma pretende criar um movimento social e solidário capaz de travar o facto de cada vez mais pessoas estarem a ser despejadas das suas casas na capital.
Dados do Balcão Nacional de Arrendamento (BNA) mostram que nos nove primeiros meses deste ano 1.480 famílias foram despejadas. E são muitas as razões: aumento de rendas, não renovação de contratos ou transformação das habitações em estabelecimentos turísticos ou para novo arrendamento.
Citada pelo jornal i, Rita Silva, da Habita, explicou o objetivo da criação desta frente comum. “É uma frente de organizações e de indivíduos que querem começar a criar um movimento social para se oporem não apenas aos despejos, mas também a este processo especulativo da cidade, de mercantilização profunda da cidade”, disse.
“Já tentámos negociar muito com o Governo e os movimentos já fizeram e continuam a fazer propostas para se acabar com a Lei das Rendas, o fim do regime dos residentes habituais e para se avançar com a regulação de preços, mas é como embater num muro”, acrescentou a responsável, para quem a solução já não passa apenas pela negociação e via jurídica, mas também pela mobilização.
A ativista enumerou outras das causas que estão na base da criação desta frente comum – que ainda não tem nome –, nomeadamente o “movimento global de capitais que vê nas nossas necessidades um depósito de investimento para o seu portefólio financeiro”, onde os “fundos de investimento especulativo” lideram. Um fenómeno que “está a rebentar com as cidades, onde Lisboa é um exemplo”, defendeu. Um fenómeno ao qual “quem vive e trabalha em Portugal com salários baixos e médio baixos não consegue” responder, concluiu Rita Silva.
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