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Propostas de habitação centristas criticadas da esquerda à direita
Jason Briscoe/Unsplash

As propostas do CDS aqueceram o Parlamento esta quinta-feira, 10 de maio, mas não foram bem recebidas pelos partidos. Os Verdes acusaram os centristas de quererem “salvar uma lei moribunda”, referindo-se à Lei das Rendas, e o PSD defendeu que “o país não precisa de medidas avulsas”. Para o PS, a direita “acordou tarde” para o problema da habitação.

O debate foi aceso e, feitas as contas, o CDS ficou isolado. Recebeu fortes críticas à esquerda, mas também não se livrou de palavras amargas à direita. A deputada do PSD, Emília Santos, afirmou que as iniciativas legislativas do CDS “padecem de uma visão demasiado redutora" e focada nos grandes centros urbanas.

“O que o país não precisa é de medidas avulsas. Porquê apenas em Lisboa e não uma iniciativa alargada a outros centros urbanos que entraram igualmente no roteiro dos investimentos imobiliários? Portugal não é só Lisboa", argumentou a deputada do PSD. “Para o PSD não há, nem nunca houve, portugueses de primeira e portugueses de segunda”, disse Emília Santos, considerando que o CDS está apenas focado em resolver “casos isolados”.

Do lado dos comunistas as críticas não foram mais brandas. A deputada do PCP, Paula Santos, começou por dizer que a Lei das Rendas, também conhecida como “Lei Cristas” – criada pelo CDS – , contribuiu para o “aumento brutal do valor das rendas”. Para os vermelhos a lei criou novos problemas, nomeadamente os despejos de muitas famílias.

Das bancadas da direita ouviu-se "não é verdade". "Não é verdade que as pessoas estão a ser despejadas? Mas os senhores vivem em que país?" questionou Paula Santos, afirmando que com a aquela lei "o direito à habitação é remetido para último plano". "Nós não contribuímos para o branqueamento de responsabilidade do CDS e PSD", rematou a deputada.

José Luís Ferreira, deputado d’Os Verdes, acusou o CDS de ter sido o responsável por "sujeitar a habitação à ditadura dos especuladores", tornando a situação da habitação "absolutamente insustentável". “O CDS quer remendar uma lei moribunda”, frisou.

"PSD e CDS acordaram tarde. Vêm a reboque do Governo, que já apresentou a Nova Geração de Políticas de Habitação. Vêm a reboque do PS, que já apresentou um Projeto de Lei de bases da Habitação", sublinhou ainda João Torres, deputado socialista, para quem o agendamento potestativo daquela sessão plenária só poderia “ser encarado com ironia". “Estes debates são saudáveis quando não se recorre a artifícios”, de tal forma que “hoje e agora provamos mais uma vez mais que, em matéria de habitação, o Governo e o PS marcam o ritmo, quando a direita só quer – e só pode – marcar o passo”, salientou o socialisa.

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