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Comprar casa também está mais caro nas periferias das grandes cidades
GTRES

Os preços das casas subiram, no primeiro trimestre, em todos os concelhos do continente, com Odivelas, Leiria ou Oeiras a juntarem-se aos que mais valorizaram. É o segundo trimestre consecutivo de valorização geral, mas há uma conclusão a retirar: há mais pessoas a comprar casa nas periferias das grandes cidades, e também aí os preços estão a aumentar.

Segundo o Diário de Notícias, que se baseia em dados da Confidencial Imobiliário (Ci), em 80% dos 278 concelhos analisados a subida de preços ultrapassa os 10% no primeiro trimestre deste ano. E mais: o Porto entra na lista dos 15 concelhos com maiores valorizações.

Os dados da Ci permitem concluir que Lisboa e Cascais continuam a ser os concelhos onde o preço das casas teve a maior subida homóloga, tanto no último trimestre de 2017 como no primeiro de 2018 – tiveram valorizações na ordem dos 50,5% e 39,6%, respetivamente.

Mas há outra conclusão a retirar: enquanto no último trimestre do ano passado apenas estes dois concelhos e o Algarve entravam no top 15 das maiores valorizações, agora o Algarve cedeu terreno a outras geografias, como por exemplo o Porto. Uma subida de preços na Invicta que se justifica com o facto dos mesmos estarem a abranger outras zonas da cidade e não apenas o centro histórico, escreve a publicação.

“Até 2017, a procura de imóveis foi muito motivada pelo mercado turístico ou pelos ativos de luxo por parte dos investidores”, disse Ricardo Guimarães, diretor da Ci. Uma dinâmica que ajudou a que as valorizações deixassem de estar concentradas nos centros históricos. “A grande mudança estrutural está no facto de começarem a surgir concelhos mais periféricos”, explicou, salientando que “há geografias que começam a ter visibilidade para quem quer comprar casa, seja para a habitar seja para a arrendar”. 

Um cenário que ajuda a explicar o facto de Vila Nova de Famalicão ou Odivelas, por exemplo, que zonas que não são dominadas pela procura para fins turísticos, estarem entre os concelhos com maiores valorizações.

Preços ainda abaixo de 2007

Face aos valores verificados em 2007, ano em que o crédito começou a apertar e os preços a cair, a valorização do mercado tem ainda caminho a percorrer, isto apesar dos preços já superarem, em algumas zonas, os patamares de antes da crise. Uma realidade que não é generalizada a todo o país. Os dados da CI mostram que em 91% dos concelhos os preços ainda se mantém abaixo dos níveis pré-crise. 

Se tivermos em conta a média de preços, estes continuam abaixo de 2007”, referiu Ricardo Guimarães, acrescentando que há, no entanto, zonas onde os preços das casas são incomportáveis para as famílias portuguesas.

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