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Os preços de venda das casas em Portugal Continental vão somando recordes. Em maio, o preço da habitação aumentou 16,4% face ao mesmo mês de 2017, evidenciando uma nova intensificação no ritmo de subida e continuando a tendência de aceleração da variação homóloga verificada desde final de 2015 (e apenas interrompida no final de 2016). Depois de terminar 2017 nos 12,8%, a subida homóloga do preço das casas tem registado uma forte intensificação já este ano, de tal forma que os preços em maio estão 6% acima do patamar registado em dezembro.

Dados do Confidencial Imobiliário no âmbito do Índice de Preços Residenciais, citados em comunicado, mostram que em termos mensais, a subida dos preços da habitação em maio fixou-se em 0,9%, abrandando face aos 2,0% registados no mês de abril. Ainda assim, desde julho de 2016 que o Índice de Preços Residenciais regista subidas mensais ininterruptas, a mais alta das quais (+2,4%) observada em junho do ano passado

Tal indicador é apurado a partir da informação sobre preços efetivos de transações captados no âmbito do SIR-Sistema de Informação Residencial.

E os preços das casas vão continuar a subir, pelo menos nos próximos três anos, sendo não vão subir tanto como até agora e, gradualmente, vão mesmo começar a estabilizar.

Este é a opinião consensual da maior parte dos agentes do mercado imobiliário contactados pelo Expresso. Porque, dizem, “os preços não podem continuar a crescer como até agora. Tem de haver um limite”. E é também a opinião de economistas e até de entidades financeiras. Na semana passada, a Standard & Poor’s (S&P) divulgou um relatório onde estima que os preços vão subir 9,5% este ano, mas que nos próximos anos — em 2019, 2020 e 2021 — vão aumentar menos, respetivamente, 7%, 6% e 5%.

O centro de Lisboa, detalha o semanário, já estará perto de atingir o limite de aumentos, porque foi onde os valores mais cresceram até agora, mas no Porto ainda há margem para aumentar, porque “o interesse começou mais tarde”. E o mesmo se passa nas periferias destas cidades — por exemplo Amadora, Odivelas, Gaia ou Matosinhos — e até em cidades secundárias ou o no interior do país, porque é para aí que começa a haver mais procura o que pode depois levar à falta de oferta.

Os motivos que provocam esta subida de preços?

  • Falta de oferta : Há mais casas novas a serem licenciadas e construídas, mas ainda são poucas e vão demorar a chegar ao mercado.
  • Mais procura: A procura externa vai continuar, mas agora está a aparecer cada vez mais procura interna que tem menos dinheiro para gastar.
  • Economia a crescer: A economia deverá continuar a crescer este ano, ainda que menos do que no ano anterior
  • Mais emprego: A taxa de desemprego está a cair o que significa que há mais pessoas empregadas e, consequentemente, com mais poder de compra.
  • Taxas de juro baixas: As taxas de juro devem continuar baixas o que permite que o custo de fazer um empréstimo seja também mais baixo.
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