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As negociações das propostas de lei do Governo para alterar a legislação do arrendamento urbano estão num impasse no Parlamento: com o PCP fora da mesa de negociações e sabendo que o apoio do BE não será suficiente para conseguir uma aprovação, o PS está a tentar ter o apoio do CDS-PP e do PSD.

Em causa estão duas propostas de alteração à legislação do arrendamento urbano: a criação de um novo regime de arrendamento acessível e benefícios fiscais para os senhorios que ofereçam contratos de arrendamento de longa duração, escreve o Jornal de Negócios.

Segundo a publicação, as propostas do PS visam que os senhorios que aceitarem “dar” rendas acessíveis terão isenção de IRS e redução de IMI. Já os que optarem por fazer contratos de arrendamento de duração superior a cinco anos terão reduções na taxa de IRS. Foram, de resto, estes benefícios fiscais aos senhorios que levaram ao afastamento do PCP da mesa de negociações.

Estava agendado para quinta-feira (4 de outubro) o início da votação indiciária do pacote da habitação, que inclui 24 diplomas, entre propostas do Governo e projetos de lei dos vários partidos. O PS optou, no entanto, por um adiamento potestativo e a votação foi adiada para a próxima semana. 

O deputado socialista João Torres explicou, citado pela publicação, que o objetivo foi “fazer um apelo de convergência”. “Estando a aproximar-se o momento das votações, cada grupo parlamentar tem de ser chamado às suas responsabilidades, para que este esforço de resolver os problemas de habitação que afetam tantas famílias não fique pelo caminho”, referiu.

De salientar que o BE, que tem sido bastante crítico da proposta para o arrendamento acessível, apresentou, durante a discussão na especialidade, propostas de alteração à proposta do Governo, dando sinal de que poderia ser possível chegar a bom porto numa negociação. 

PSD e CDS, que defendiam que a lei das rendas está bem como está, necessitando eventualmente apenas de afinações, avançaram também com propostas próprias, nomeadamente em matéria de fiscalidade, precisamente onde as negociações à esquerda estão a falhar. 

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