Mais de um quarto das casas do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) para arrendamento estão devolutas por falta de obras de conservação, detetou o Tribunal de Contas (TdC). São 490 imóveis, num total de 1.794 frações.
Os números em causa constam de um relatório de auditoria aos resultados do IASFA, que recomenda a revisão do regime das rendas. “Entre 2009 e junho de 2018, o número de frações devolutas destinadas a habitação aumentou 74%”, lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.
A existência de 490 frações devolutas, por falta de obras de conservação e reabilitação, “gera uma perda de receita de cerca de 5,1% ao ano”, estima o TdC.
Segundo o documento, o IASFA tem 158 edifícios com uma idade média de construção de 50 anos, sendo que as obras que têm sido feitas visam sobretudo reparações urgentes para garantir a segurança dos bens. O relatório defende, de resto, a existência de um “controlo regular” sobre património que é público e afeto a fins sociais.
“Controlo dos arrendamentos vigentes é insuficiente”
Registando que foram feitas obras no parque habitacional entre 2010 e 2018, no valor de seis milhões de euros, o TdC considera o investimento “manifestamente insuficiente” face às necessidades. E vai mais longe nas críticas, afirmando que o IASFA não divulga de forma eficaz a oferta de arrendamento, considerando que “o controlo dos arrendamentos vigentes é insuficiente”.
O resultado é que potenciais interessados não sabem dos arrendamentos, “com prejuízo para a celeridade do processo” e até para o valor da renda, no caso do arrendamento em regime de renda livre.
No exercício do contraditório, o Ministério da Defesa Nacional manifestou a intenção de “ainda na presente legislatura se aprovar a revisão do regime” de arrendamentos, escreve a Lusa. A revisão do referido regime é, de resto, uma das recomendações do TdC, com o objetivo de adequar os montantes das rendas aos rendimentos, composição e características dos agregados familiares.
Na resposta ao TdC, o IASFA diz que fez uma nova versão do regulamento de arrendamento, que já apresentou à tutela, e está a acabar um plano de ação para conseguir controlar melhor a utilização das casas.
As rendas que são cobradas, diz o TdC, não são suficientes para fazer face às necessidades de reabilitação. “Em 2017, 84% dos inquilinos pagavam menos de 204 euros de renda mensal, apesar de 74% terem um rendimento superior a 1.120 euros por mês”, conclui o documento.
Para poder comentar deves entrar na tua conta