Câmara de Lisboa aposta forte na reabilitação do maior núcleo de habitação pública da Península Ibérica.
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Bairro Padre Cruz “despede-se” da Alvenaria: construção de mais 96 casas arranca em 2020
Câmara de Lisboa entregou 48 casas a moradores do bairro Padre Cruz idealista/news

Aos poucos, as casas de alvenaria construídas no Bairro Padre Cruz a partir da década de 60 do século XX estão a ser demolidas. E naquele que é considerado o maior núcleo de habitação pública da Península Ibérica, localizado na freguesia de Carnide, Lisboa, estão a ser realojadas pessoas em novos edifícios: sustentáveis e eficientes. Foram entregues mais 48 casas e as obras de construção de outras 96 arrancam no segundo semestre de 2020.

“É um bairro com uma alma enorme, um dos mais importantes de Lisboa. O nosso compromisso é que todos tenham uma habitação digna aqui”, afirmou Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), durante a cerimónia de entrega de 48 casas num edifício coletivo que foi construído no bairro.

Bairro Padre Cruz “despede-se” da Alvenaria: construção de mais 96 casas arranca em 2020
Fernando Medina, presidente da CML, durante a cerimónia de entrega de 48 casas num edifício coletivo idealista/news

Antes destas 48 casas, a autarquia já tinha entregue, em 2017, outras 20, neste caso de “habitação individual, em que cada morador tem a sua entrada, o seu espaço, o seu terraço”, disse Paula Marques, vereadora da Habitação, ao idealista/news. “Embora estejam envolvidas numa imagem que parece um prédio, cada uma tem a sua entrada. Este foi um projeto-piloto, um concurso público de arquitetura participado, com as associações de moradores e que se insere no programa de reabilitação do bairro”, acrescentou.

Sobre o projeto agora inaugurado, a vereadora destacou o facto de ter sido feito por uma equipa de arquitetos e engenheiros da CML. “Trabalhamos em conjunto no Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP), que é uma unidade de co-gestão e co-governação em que as associações de moradores, os técnicos da Junta de Freguesia, a Gebalis (empresa que tem como objetivo a promoção e gestão de imóveis de habitação municipal) e os vários serviços da câmara discutem em conjunto as opções e a gestão destes processos. O resultado está à vista”, disse, referindo-se ao edifício (ver foto). 

Bairro Padre Cruz “despede-se” da Alvenaria: construção de mais 96 casas arranca em 2020
São 48 casas de tipologias T1 a T4 idealista/news

Segue-se, em 2020, mais um passo rumo à concretização do “processo de requalificação e regeneração do bairro Padre Cruz, que implica a demolição das casas antigas, das casas velhinhas de alvenaria, e a construção de novas com melhores condições e que respondem às necessidades de conforto e de preocupação energética e ambiental”, contou a vereadora. 

Nesse sentido, Paula Marques explicou – Fernando Medina já o tinha revelado durante a sua intervenção – que vão ser construídas mais 96 casas no bairro para realojar pessoas que habitaram durante anos nos referidos imóveis de alvenaria: “São 20 idênticas às do projeto-piloto, as chamadas habitações individuais, e mais 76, digamos, com um projeto de habitação coletiva semelhante a este. As obras começam no primeiro semestre de 2020 e o prazo de conclusão é cerca de 360 dias, pelo que começarão e acabarão mais ou menos ao mesmo tempo”.

Um bairro com 8.000 pessoas

Segundo a vereadora, nos processos de realojamento, nomeadamente nestes no bairro Padre Cruz, a ideia é que as pessoas que passaram transitoriamente para outras casas sejam recolocadas nos novos edifícios, mas tal não é uma obrigatoriedade. “Se as pessoas disserem que preferem ficar na casa transitória ficam. E se quiserem sair do bairro e ir para outro sítio podem, desde que haja habitação municipal nesse sítio. Mas a ideia é poderem voltar ao seu território”, explicou.

Sublinhando que tem “um carinho muito grande pelo bairro Padre Cruz”, também porque foi ali que começou a trabalhar nos processos participativos em Lisboa quando entrou na equipa da CML, Paula Marques chama a atenção para o facto de ali viverem cerca de 8.000 pessoas. 

Estamos a falar de um bairro que tem tudo, é um mundo. Tem um mercado, um centro cultural, duas escolas, creches, espaços desportivos... Mas ao mesmo tempo queremos que tenha ligação com a cidade e que esteja integrado na cidade. E é preciso trabalharmos nesse sentido, nas questões da mobilidade e da melhoria das acessibilidades em termos de transportes públicos, por exemplo”, concluiu.

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