Vendas de imóveis caíram em maio, mas preços mantêm-se - diz APEMIP
Segundo o inquérito da APEMIP, 81,1% das imobiliárias sofreram uma quebra do volume de negócios em maio. Ainda assim, não houve descida de preços.

Cerca de 80% das imobiliárias sofreram uma quebra nas vendas de imóveis em maio de 2020, em comparação com igual mês do ano passado, segundo um inquérito realizado pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) junto de quatro mil empresas. Apesar disso, e do contexto provocado pela pandemia, os preços mantiveram-se.
Os resultados indicam que 81.1% das empresas sofreram uma quebra do volume de negócios. A procura também caiu para 64.5% das imobiliárias, no entanto, de acordo com 83.9% das mediadoras, os preços dos imóveis disponíveis para venda mantiveram-se, contra 15.5% que indicaram descida de preços.
“Os números apresentados vão ao encontro daquilo que tenho vindo a dizer publicamente. Não há nenhuma justificação para que haja uma quebra de preços, a não ser pela correção de valores que estavam especulados. Se na última crise havia um excesso de oferta que motivava uma descida dos preços, desta vez verifica-se ausência de stock, sobretudo nos segmentos médio e médio baixo, onde continua a haver falta de casas que suprimam as necessidades da procura”, diz Luís Lima, presidente da APEMIP.
O estudo indica ainda que 72.1% das imobiliárias revelaram ter reaberto as portas ao público logo na primeira fase de desconfinamento (iniciada a 4 de maio) sem grandes dificuldades no cumprimento das novas regras de higiene e segurança. No entanto, o representante das imobiliárias considera que apesar destas empresas terem reaberto, continuam a não operar na totalidade.
“No terreno ainda se nota que o mercado está a funcionar a meio-gás. Apesar da grande maioria das mediadoras ter reaberto ao público, não tem a totalidade dos seus funcionários a laborar, até porque o volume de procura ainda não o justifica. Ainda está a haver uma adaptação à nova realidade. Mesmo assim, sente-se já algum otimismo e consciência para os desafios que o mercado trará”, afirma Luís Lima.
Numa escala de 1 a 10, mais de 74% das empresas apresentaram perspetivas acima de 5 para os próximos três meses, assente sobretudo nos sinais positivos que são dados pelo exterior, face ao bom comportamento sanitário que o país tem revelado.