Foram vendidos 49.734 alojamentos entre outubro e dezembro de 2020, mais que no trimestre anterior (45.136) e no homólogo (49.232).
Comentários: 0
Quase 50 mil casas vendidas no final de 2020 - um record trimestral histórico em plena pandemia
Imagem de Quentin Marquet por Pixabay

Nunca se venderam tantas casas em Portugal num trimestre como no último de 2020, ou seja, em plena pandemia da Covid-19. Foram, ao todo, 49.734 alojamentos (42.372 existentes e 7.362 novos), mais que no trimestre anterior (45.136) e no homólogo (49.232), segundo dados divulgados esta terça-feira (23 de março de 2021) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em termos anuais, no entanto, verifica-se uma quebra, tendo sido transacionadas, em 2020, 171.800 habitações, menos 5,3% que no ano anterior, sendo este o primeiro recuo no número de vendas desde 2012. 

“Em janeiro e fevereiro, ainda no período pré-pandemia, registaram-se aumentos homólogos de 9,4% e 3,5%, respetivamente, no número de transações. Seguiu-se um período, de março a outubro, onde se observaram taxas de variação homólogas negativas, com maiores amplitudes no 2º trimestre (-21,6%) em consequência das medidas de restrição à circulação e à atividade económica então adotadas. Posteriormente, em novembro e dezembro, registaram-se aumentos homólogos de 4,0% e 12,6%, respetivamente, no número de vendas”, conclui o INE. De referir que entre as transações realizadas no ano passado, 15,5% respeitaram a habitações novas, mais 0,8% que no ano anterior.

De acordo com o INE, os alojamentos transacionados em 2020 totalizaram 26,2 mil milhões de euros, mais 2,4% que em 2019. 

“Após um primeiro trimestre, condicionado parcialmente pelo efeito da pandemia da Covid-19, onde se observou um aumento homólogo de 10,4% no valor das habitações transacionadas, seguiram-se os meses de abril, maio e junho, caracterizados pela forte contração do valor das transações (variação de -15,2% no 2º trimestre). Na segunda metade do ano, registaram-se taxas de variação positivas de 4,4% e 8,7%, respetivamente, no 3º e 4º trimestres”, salienta o instituto.

“No valor das habitações transacionadas, 20,8 mil milhões de euros corresponderam a vendas de habitações existentes (variação de 0,7% relativamente a 2019) e 5,4 mil milhões de euros a habitações novas (variação de 9,3% relativamente a 2019). Entre 2016 e 2020, o valor das habitações transacionadas registou um crescimento médio anual de 15,3%, sensivelmente o dobro do observado no número de transações, 7,8%”, lê-se no documento.

Vendem-se menos casas na Grande Lisboa

Por regiões, conclui-se que o Norte (28,7%) e o Centro (20%) concentraram, no ano passado, 48,7% do número total de transações, o peso relativo conjunto mais elevado desde 2014. 

“O Alentejo (6,9%) e a Região Autónoma da Madeira (1,8%) foram as restantes regiões a registar um aumento nas respetivas quotas relativas regionais de 0,7 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente. Em contrapartida, a Área Metropolitana de Lisboa (AML), pelo segundo ano consecutivo, registou uma redução (1,0 p.p., em 2020) no seu peso relativo regional, fixando-se em 33,5%. As transações de alojamentos localizados no Algarve representaram 7,6% do total, menos 0,7 p.p. face a 2019. A Região Autónoma dos Açores representou 1,5% do número total de transações”, lê-se no documento.

Em termos de valor das transações, destaque para o facto da AML ter representado, no último ano, 45,4% do valor das transações realizadas a nível nacional. 

“Este foi o terceiro ano consecutivo em que esta região registou uma redução do seu peso relativo no valor total das vendas de habitações, de -1,2 p.p. (em 2017, o peso relativo foi 48,2%). Das demais regiões, no Algarve observou-se igualmente uma diminuição do respetivo peso relativo, -0,7 p.p., perfazendo 10,2%. O Norte (24,3%) e o Centro (13%) representaram, em conjunto, 37,3%, do valor total das habitações transacionadas, menos 11,4 p.p. que o respetivo peso relativo no número de transações. As quotas relativas
destas duas regiões aumentaram 0,9 p.p. e 0,4 p.p., respetivamente. À semelhança de 2019, o Alentejo evidenciou um incremento de 0,5 p.p. da sua quota relativa no valor das transações, para um total de 4,2%. A Região Autónoma da Madeira, com um aumento de 0,2 p.p. no seu peso relativo, representou 1,8% do valor total das transações e a Região Autónoma dos Açores manteve a quota relativa de 1,1%, do ano anterior”, conclui o instituto.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta