Segundo a APEMIP, é necessário haver uma introdução de stock que dê resposta a este segmento para que os preços se equilibrem.
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Escassez de oferta para a classe média ajuda a explicar subida dos preços das casas na pandemia
Photo by João Reguengos on Unsplash

Foram vendidas no ano passado 171.800 casas, menos 5,3% que no ano anterior, sendo este o primeiro recuo no número de transações desde 2012. Uma quebra que se deve à pandemia da Covid-19, isto apesar do valor dos negócios ter atingido os 26,2 mil milhões de euros, o que representa uma subida homóloga de 2,4%, que pode ser justificada com o facto do preço das casas continuar a aumentar. Para contrariar esta constante subida, que ainda assim tem vindo a desacelerar, é preciso aumentar a oferta existente no mercado, nomeadamente para a classe média portuguesa, avisam os mediadores imobiliários. 

Segundo Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o aumento dos preços da habitação em Portugal que se tem registado nos últimos tempos resulta do facto da procura interna (assente maioritariamente na classe média) continuar a ser muito superior à oferta existente, sendo necessário haver uma introdução de stock que dê resposta a este segmento para que os preços se equilibrem.

O responsável enaltece, no entanto, o facto do setor imobiliário, “em termos globais”, ter conseguido “demonstrar a sua resiliência ao longo do ano [de 2020], apesar de todas as dificuldades decorrentes da situação pandémica”. “Esta resiliência foi assente sobretudo no mercado interno, que concentrou mais de 80% das transações com uma procura a manter-se elevada, até pela inexistência de um mercado de arrendamento competitivo que se apresente como alternativa habitacional, levando também a que se tivesse registado uma maior concessão de crédito à habitação no decorrer do ano”, refere, em comunicado.

Citado pelo Dinheiro Vivo, Luís Lima acrescenta que “a oferta habitacional para a classe média e média baixa, que representa o grosso da procura existente, continua a não ser suficiente para dar resposta às necessidades”. 

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