
Num ano muito difícil para o turismo, o Grupo Pestana não escapou à crise. Pela primeira vez em 40 anos, teve um prejuízo na ordem dos 32 milhões de euros, sobretudo devido ao setor hoteleiro. A grande surpresa foi a área de negócio do imobilário e residencial, que cresceu quase 12%, para os 54 milhões de euros, e que permitiu amenizar o impacto da pandemia. Para os próximos anos, o objetivo daquele que é um dos maiores operadores turísticos portugueses é duplicar o peso do imobiliário no volume de negócios para 20%.
“Nunca tínhamos pensado que um setor podia ser todo afetado a nível global, como foi. A diversificação geográfica dos nossos hotéis não serviu para nada, mas a diversificação dos negócios sim. Percebemos a importância da parte imobiliária”, revelou o CEO do grupo, José Theotónio, num encontro com jornalistas, citado pelo Jornal de Negócios. “Não vamos deixar de ser um grupo hoteleiro”, diz, “mas queremos desenvolver a área imobiliária”.
"Temos a área de imobiliário turístico cujo principal projeto foi o Troia Eco Resort. Depois temos imobiliário puro, residencial. Além disso, fazemos alguma gestão dos condomínios no Algarve. Essa área de negócios também tem alguma construção. E esta foi a área que teve um impulso positivo", explicou ainda. Segundo o responsável, a Covid-19 acabou por impulsionar o negócio: depois do primeiro confinamento houve muitos portugueses a optar por comprar casa no Eco Resort, e entre maio e novembro de 2020 foram vendidos cerca de 80 imóveis. “Em menos de um ano, vendemos o que estava previsto para três”, disse.
Vários projetos à vista
De acordo com a publicação, para os próximos anos o grupo de origem madeirense e com forte presença internacional já tem vários projetos em carteira em desenvolvimento, nomeadamente um empreendimento no Algarve, em Silves, que prevê a construção de 232 unidades residenciais, e agora um outro, em Ferragudo, que está em processo de aprovação.
Na Madeira, tal como o idealista/news noticiou, o grupo vai reabilitar uma antiga fábrica de cervejas no Funchal, para fazer nascer um empreendimento imobiliário com 25 apartamentos. Já nos Açores, o “Coliseu Residences” trará 56 apartamentos a Ponta Delgada.
O grupo, que explora a rede das Pousadas de Portugal, também adquiriu já este ano um terreno na Comporta, com mais de quatro hectares, “para futuras vendas de imobiliário”.
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