Uma opinão defendida por Luiz de Mello, responsável pelos estudos de políticas de Economia da OCDE.
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Medidas Covid de apoio à habitação “devem ser eliminadas”
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As medidas de apoio à habitação criadas no âmbito da pandemia da Covid-19, para proteger as famílias endividadas ou os inquilinos – como as moratórias –,  “devem ser gradualmente eliminadas”, defende Luiz de Mello, responsável pelos estudos de políticas de Economia da OCDE. A proteção, garante, deve ser dada através de programas que não interfiram com o bom funcionamento do mercado.

De acordo com o responsável, estas medidas têm custos a longo prazo. E apesar de terem sido importantes no período de crise, para proteção social – quer para as famílias com crédito à habitação, para proprietários ou inquilinos –, devem começar a ser eliminadas de forma gradual, “para não criar um choque muito súbito no sistema”, diz em entrevista ao Jornal de Negócios.

Para Luis de Mello, as medidas “desincentivam o investimento e o desenvolvimento do mercado de arrendamento”, por exemplo. “Se os preços ficam congelados, os proprietários não vão pôr os seus imóveis no mercado, porque este não cria o retorno ao investimento esperado”, explica.

O especialista considera que as pessoas mais vulneráveis devem ser protegidas através de outros outros programas de assistência e não via medidas de caráter regulatório.

“(...) Há que deixar o mercado funcionar e proteger quem deve ser protegido por outras formas, programas de assistência social, focados em quem realmente necessita de proteção e não um mercado que é muito heterogéneo, muito díspar, como é o mercado de habitação”, argumenta.

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