Ex-ministro da Economia (do 1º Governo de Sócrates) está indiciado por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Comentários: 0

Manuel Pinho foi detido esta terça-feira (14 de dezembro de 2021) no âmbito do caso EDP, tendo passado a noite na prisão. A detenção acontece depois do ex-ministro da Economia – do primeiro Governo de José Sócrates (exerceu a função entre 2005 e 2009) – se ter desfeito de parte do património que tinha em Portugal, nomeadamente imobiliário.

Manuel Pinho, que vive há algum tempo com a mulher, Alexandra Pinho, em Alicante (Espanha), e tem também uma casa em Nova Iorque (EUA) e outra em Portugal, está indiciado por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Segundo o Público, Manuel Pinho desloca-se também com frequência à China, onde ainda dará aulas. Além de ter vendido vários imóveis, o ex-governante cancelou as contas bancárias que tinha em Portugal, escreve a publicação, adiantando que dos três filhos que tem apenas um se encontra em solo nacional: um vive na Austrália e outro no Brasil.

A detenção de Manuel Pinho ocorreu nas próprias instalações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), onde o antigo ministro se deslocou voluntariamente para ser ouvido pelos procuradores, acompanhado pelo seu advogado Ricardo Sá Fernandes. O Ministério Público (MP) também tinha emitido um mandado de detenção em nome da sua mulher, mas como a mesma se apresentou voluntariamente acabou por não ser cumprido. Alexandra Pinho esteve, de resto, a ser ouvida durante mais de cinco horas pelo juiz de instrução, tendo colaborado com as autoridades e até juntado inúmeros documentos ao processo.

Manuel Pinho em prisão domiciliária

Entretanto, já são conhecidas as medidas de coação aplicadas pelo MP, tendo o juiz de instrução Carlos Alexandre decidido aplicar a Manuel Pinho a prisão domiciliária, com uso de pulseira eletrónica, com uma caução de seis milhões de euros, a mais alta de sempre na justiça portuguesa, superando os cinco milhões de euros exigidos no último verão ao empresário Joe Berardo no caso CGD. A Alexandra Pinho foi estipulada uma caução de um milhão de euros, ficando obrigada a apresentações periódicas junto da PSP, de 15 em 15 dias, tendo de entregar o passaporte.

O advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, afirmou que o seu cliente não tem possibilidade de fazer o pagamento da caução que foi decretada pelo juiz no âmbito do caso EDP. "Como não tem esses seis milhões de euros, vai ficar em situação de obrigação de permanência em casa, prisão domiciliária, enquanto esta medida se mantiver", disse aos jornalistas.

Nota: Notícia atualizada dia 16 de dezembro de 2021 às 09h30 com informação relativa às medidas de coação aplicadas pelo MP a Manuel Pinho e à mulher, Alexandra Pinho.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta

Publicidade