
Cinco famílias que moravam no Bairro Carlos Botelho, na zona das Olaias, em Lisboa, foram retiradas recentemente das casas que ocupavam de forma irregular. A Gebalis, empresa que gere a habitação municipal, foi acusada pelos moradores de despejar as pessoas “de um dia para o outro” e “sem qualquer tipo de diálogo”. A Gebalis respondeu, alegando que se tratava de situações de “ocupação abusiva”, e alertou para a existência de mais de 800 imóveis ilegalmente ocupados nos 66 bairros que estão sob sua gestão. Um número confirmado por Filipa Roseta, vereadora da Habitação.
“Isto é um caso dramático, temos 800 casas ocupadas sem título, ilegalmente. É uma herança pesada. Há uma espécie de impunidade que as pessoas que ocupam sentem”, disse a autarca, citada pelo Público, na reunião de câmara desta quarta-feira (27 de abril de 2022).
Durante a reunião, os partidos da oposição quiseram saber, entre outras coisas, que respostas foram dadas às cinco famílias despejadas. E questionaram, também, a necessidade de estar presente no local um dispositivo policial tão numeroso, escreve a publicação.
Ricardo Moreira, vereador do BE, disse, por exemplo, que o processo de desocupação desrespeitou a Lei de Bases da Habitação, por não ter havido acompanhamento social e judiciário ou uma alternativa de alojamento para estas famílias.
Em resposta a estas e outras acusações, Filipa Roseta rejeitou que as famílias não tivessem sido acompanhadas e adiantou que as cinco famílias em causa foram contactadas pela Santa Casa da Misericórdia após o despejo. A autarca notou ainda que a Lei de Bases da Habitação “distingue claramente alguém que tem um título para estar numa habitação e quem não tem”.
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