Em causa estão resultados de um inquérito focado na pobreza energética nas duas cidades, realizado pela Lisboa E-Nova e AdEPorto.
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desconforto térmico
Foto de Igor Ivlev no Pexels

Metade dos residentes nas cidades de Lisboa e Porto afirmam que o frio e o calor excessivos no interior das suas habitações afetam negativamente a qualidade do sono, o estudo e o desempenho no teletrabalho, entre outros. O problema do desconforto térmico é sentido, portanto, durante todo o ano. Em causa estão resultados de um inquérito sobre o desempenho térmico e a pobreza energética nos edifícios residenciais, levado a cabo pela Agência de Energia e Ambiente de Lisboa (Lisboa E-Nova) e Agência de Energia do Porto (AdEPorto).

O estudo focou-se em variáveis relacionadas com a pobreza energética, nomeadamente o grau de conforto térmico nas habitações, relacionando este indicador com a perceção de estado geral de saúde, a qualidade da construção dos edifícios e a fatura energética dos agregados domésticos. Foram também recolhidos dados sobre a literacia energética dos residentes de ambas as cidades.

Algumas principais conclusões do estudo:

  • Metade da população nas duas cidades reporta que o frio e o calor dentro de casa têm efeitos prejudiciais ao nível da saúde e do bem-estar (no período de sono ou no teletrabalho);
  • Esse problema, o desconforto térmico, é sentido tanto no inverno como no verão;
  • Quase 60% da população em Lisboa e quase metade (47%) dos habitantes do Porto reportam ineficiências construtivas das habitações, como infiltrações de ar ou a presença de humidade, e fraco isolamento térmico das paredes;
  • Menos de metade dos inquiridos em Lisboa e no Porto considera-se informado sobre temas de energia e conforto térmico na habitação;
  • Mais de metade dos respondentes nas duas cidades desconhece que há fundos de apoio à realização de obras de renovação em casa.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, citado em comunicado, recorda que, “na cidade de Lisboa, os edifícios representam 45% do consumo total de energia. São mais de 55.000 edifícios e cerca de 240.000 alojamentos. Parte deste grande parque edificado tem um fraco desempenho energético, afetando o conforto térmico dos seus utilizadores”. Por esta razão, avança, “Lisboa definiu a atenuação da pobreza energética como área de atuação prioritária, assente objetivos de suficiência energética, economia social e valores de solidariedade e confiança que estão no cerne do desígnio europeu de fornecer energia limpa, segura e acessível a todos os cidadãos da UE”.

A norte, o Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, sublinha a “necessidade de conhecer a situação atual da habitação e pobreza energética no território como contributo importante para a elaboração de uma estratégia efetiva de combate a esta realidade, melhorando não só as condições de habitabilidade dos portuenses, mas também contribuindo para uma transição energética justa e positiva”.

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