A habitação de luxo num dos mercados mais exclusivos do mundo continua sob os efeitos da pandemia e atingida pelas oscilações económicas devido ao aumento das taxas de juro. De acordo com as previsões da Centaline Property, uma das maiores imobiliárias de Hong Kong, apenas 1.800 operações habitacionais de luxo serão fechadas em 2022. É o valor mais baixo desde 2013.
O mercado imobiliário de luxo da cidade tem sido afetado pelo aumento das taxas de juro nos EUA, já que o dólar norte-americano é utilizado como referência na maioria das transações. Além disso, as rígidas medidas de contenção devido às diferentes ondas das variantes do coronavírus continuam a afetar a normalidade em todos os aspetos da vida em Hong Kong.
A agência estima ainda que o investimento conjunto este ano no mercado residencial de luxo da cidade ascenderá a 100 mil milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 12,364 milhões de euros), o valor mais baixo desde 2014.
“O impacto da pandemia e os aumentos contínuos das taxas de juro nos EUA dificultaram a entrada de fundos”, disse Wong Leung-sing, diretor de investigação da Centaline Property Agency. "Juntamente com uma correção no mercado imobiliário de Hong Kong, os compradores temem entrar no mercado, afetando diretamente a desaceleração na atividade no mercado imobiliário de luxo”, refere.
Transações de imóveis de luxo caíram 59,7%
O número de transações de imóveis de luxo caiu 59,7% nos primeiros 10 meses do ano, situando-se em 1.570 transações. Por seu lado, a construção nova de luxo registou uma quebra de 71,6% no mesmo período com apenas 534 vendas, devido à oferta limitada.
Uma das operações recentes mais notáveis foi a compra de uma casa em Kowloon Tong por 508 milhões de dólares de Hong Kong (62,8 milhões de euros) pelo Gabinete de Segurança Nacional de Pequim. Uma propriedade de três andares em Mont Rouge, com cinco quartos, terraço e jardim.
Outros analistas, como a Goldman Sachs, preveem uma queda de 30% nos preços gerais das residências na cidade nos próximos dois anos, enquanto o DBS espera uma queda de 5% em 2023. Morgan Stanley, HSBC, JLL e Colliers também preveem preços mais baixos.
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