A taxa de juro tem vindo a subir, nos últimos meses, agravando as prestações da casa a pagar ao banco, uma vez que a maioria dos contratos em Portugal são de taxa variável, espelhando diretamente a evolução das Euribor. Em janeiro de 2023, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito habitação foi 2,217%, o valor mais elevado desde junho de 2012, traduzindo uma subida de 31,9 pontos base (p.b.) face a dezembro de 2022 (1,898%). Os dados foram divulgados esta sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 2,715% em dezembro para 3,307% em janeiro, o que traduz um aumento de 59,2 p.b. face a dezembro de 2022”, revela o INE.
Para o destino de financiamento aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 2,220% (+31,7 p.b. face a dezembro de 2022). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro aumentou 58,4 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 3,306%.
Prestação da casa atinge máximos de 14 anos
Considerando a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação subiu 9 euros, para 308 euros, valor mais elevado desde março de 2009. Deste valor:
- 115 euros (37%) correspondem a pagamento de juros;
- 193 euros (63%) a capital amortizado.
Em janeiro de 2022, a componente de juros representava 16% do valor médio da prestação da casa (254 euros). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 23 euros, para 559 euros.
Diz ainda o INE que, em janeiro de 2023, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 353 euros face ao mês anterior, fixando-se em 62.357 euros. Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 126.805 euros, menos 3.397 euros que em dezembro de 2022.
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