Contam-se 40 imóveis devolutos no Parque de Montesinho, em Trás-os-Montes, que antes dinamizavam o turismo local.
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Casas devolutas do Estado
Wikimedia commons

Só o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem mais de 400 imóveis devolutos, entre casas florestais e abrigos de turismo da natureza. A sua maioria situa-se no interior do país, como é o caso do Parque Natural de Montesinho, onde se contabilizam mais de 40 edifícios abandonados. Mas estes imóveis não deverão ficar devolutos por muito mais tempo, já que o ICNF garante que há planos de reabilitação em marcha, num momento em que o Governo quer avançar com o arrendamento forçado de casas devolutas dos privados para colocar no mercado de arrendamento.

Esta realidade é bem visível no Parque Natural de Montesinho, que integra dos concelhos de Bragança e Vinhais. Aqui há mais de 40 edifícios abandonados, entre casas florestais e abrigos de turismo da natureza. Grande parte destas casas estão vandalizadas, sem mobílias, portas e janelas, que foram roubadas, conta a SIC Notícias.

Há também casas do Parque de Montesinho instaladas em aldeias, como Moimenta e Montouto, situadas no concelho de Vinhais, que antes tinham fins turísticos. Estes abrigos de turismo de natureza tinham mesmo grande procura aos fins de semanas e durante as festividades (como no Natal e passagem de ano), o que dinamizava a economia local, garantem os moradores ouvidos pelo mesmo meio.

O representante dos presidentes de junta de freguesia do Parque de Montesinho, Altino Pires, defende que “devia ser dado um fim a estes imóveis”, como por exemplo “podiam ser atribuídas a associações e juntas de freguesia ou até mesmo vendidas a particulares, que quisessem transformar estes espaços para fins que trouxessem pessoas à nossa região”, disse ao mesmo meio.

O património abandonado do ICNF não fica por aqui. Contam-se mais de 400 antigas casas florestais devolutas há décadas, sobretudo, no interior do país. Mas qual será o futuro destes imóveis devolutos? O ICNF diz estar empenhado na reabilitação dos edifícios com a ajuda dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O objetivo passa por estabelecer parcerias de utilização com interesse público, para fins de investigação científica, por exemplo.

Recorde-se que estes ativos devolutos integram uma carteira de imóveis públicos que ainda está por contabilizar. Isto quer dizer que Estado ainda não sabe ao certo quantos imóveis públicos existem no país e quantos se encontram devolutos, noticiou o Expresso.

Estas notícias surgem num momento em que o Estado quer obrigar os privados a arrendar casas devolutas aos municípios para aumentar a oferta de arrendamento público no país, sendo esta uma medida integrada no pacote “Mais Habitação”, agora em consulta pública. A proposta de lei já foi divulgada e revelou que os donos das casas devolutas têm 100 dias para dar um novo uso imóvel ou arrendar.

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