Programa do partido prevê que os privados reabilitem os imóveis e os coloquem, depois, no mercado de arrendamento acessível.
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Reabilitação de imóveis devolutos em Portugal
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Os olhos estão postos na habitação em Portugal. O Governo apresentou o programa Mais Habitação e foram várias as vozes que o criticaram. A Iniciativa Liberal (IL) tem também um projeto/proposta para o segmento residencial, que assenta na possibilidade de o Estado disponibilizar aos privados o património público que está devoluto. Imóveis esses que seriam depois reconvertidos para habitação e colocados no mercado de arrendamento acessível durante cinco anos, a não ser que se trate de habitação própria e permanente.

O programa “fénix”, como é designado, foi anunciado pelo líder da IL esta terça-feira (28 de fevereiro de 2023), no Porto, e concretizou-se no dia seguinte. Trata-se de um projeto de lei que visa criar “oferta de habitação a curto prazo”, escreve o Jornal de Negócios

“A IL vem propor uma solução que permitiria um aumento da oferta e que incidiria na disponibilização, por parte do Estado, do seu vasto património imobiliário público devoluto à iniciativa privada e/ou social para a criação de oferta de habitação a curto prazo", lê-se na exposição de motivos dos liberais.

Segundo a publicação, a proposta permite que os privados façam a identificação do património imobiliário do Estado que se encontra devoluto, podendo depois os interessados “apresentar uma oferta de aquisição para reabilitação e reconversão da habitação num espaço habitável", fazendo uma licitação pelo imóvel. 

Significa isto que os compradores terão de reabilitar os imóveis e disponibilizá-los para “rendas acessíveis durante cinco anos” ou destiná-los a “habitação própria e permanente". No final desses cinco anos, "o proprietário pode dar a utilização que quiser ao imóvel", adianta o partido liderado por Rui Rocha. 

A proposta dos liberais refere ainda que o Estado “tem direito de preferência relativamente aos prédios sobre os quais incide a candidatura, desde que apresente plano de reconversão ou reabilitação para habitação alternativo ao da candidatura”. Se tal se verificar, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) terá então três meses, após a apresentação da candidatura, para apresentar um plano de reconversão ou reabilitação.

Programa do Governo dita a “morte do arrendamento local”

Numa reação às medidas avançadas pelo Executivo no programa Mais Habitação, Rui Rocha salientou, por exemplo, que o mesmo vai determinar a “morte do arrendamento local”, sendo uma “agressão insustentável à propriedade privada”. 

O responsável acusou ainda o Governo de agir “em desespero”. "As questões do arrendamento compulsivo são inadmissíveis no quadro constitucional que temos em Portugal. Gostava de perguntar como é que isto vai acontecer na prática", condenou.

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