
As condições monetárias e financeiras estão mais restritivas. E o Novo Banco acredita que o cenário deverá piorar na reta final de 2023, esperando duas novas subidas dos juros de referência pelo Banco Central Europeu (BCE). Este cenário tem efeitos no imobiliário, onde “deverá observar-se uma moderação no número de transações e uma desaceleração dos preços”, refere a instituição bancária.
"Com a inflação a manter-se acima da meta de 2%, espera-se que a Reserva Federal norte-americana (Fed) e, sobretudo, o BCE prolonguem a subida dos juros de referência", indica o Novo Banco no relatório e contas relativo ao primeiro semestre de 2023. Em concreto, na Zona Euro são esperadas, pelo menos, duas novas subidas das taxas de juro diretoras, refere o banco.
Este contexto macroeconómico tem efeitos em Portugal: "No mercado imobiliário, deverá observar-se uma moderação no número de transações e uma desaceleração dos preços, refletindo as condições financeiras mais restritivas", espera o banco liderado por Mark Bourke.
E também "o investimento privado deverá ser restringido pela subida das taxas de juro e por níveis elevados de incerteza". Já no investimento público é esperada uma “forte expansão”, tendo em conta a execução do Plano de Recuperação e Resiliência.
Também o poder de compra das famílias será ainda mais apertado “O consumo privado deverá ser penalizado pela subida das taxas de juro e do serviço da dívida, mas deverá beneficiar de uma descida da inflação”, lê-se no documento. Isto porque a variação homóloga dos preços do consumo deverá evoluir para cerca de 2%, muito embora a variação média anual feche o ano próxima de 5%.

Inflação "elevada e persistente" pode agravar juros na Europa
A nível europeu, o Novo Banco indica que haverá um “abrandamento da atividade” económica. Mas este deverá ser “atenuado pela descida da inflação e pela persistência de taxas de desemprego contidas nas principais economias”. Além disso, o crescimento da Zona Euro deverá beneficiar ainda da "execução dos programas de investimento no âmbito do NextGenEU".
Neste contexto, a instituição bancária aponta vários riscos negativos para a economia europeia:
- “Inflação mais elevada e persistente que o esperado, forçando subidas adicionais dos juros e favorecendo um cenário de recessão";
- "Condições monetárias e financeiras mais restritivas poderiam levar a uma reavaliação de ativos, gerando instabilidade financeira", alerta a instituição.
- Intensificação da guerra na Ucrânia.
Já entre os riscos positivos destacam uma “descida mais rápida da inflação”, que pode interromper ou inverter a subida dos juros e uma “pausa ou fim da guerra na Ucrânia”.
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