TdC tece duras críticas à inventariação do património imobiliário do Estado. E fala em utilização pouco eficiente dos ativos.
Comentários: 0
património do Estado
Foto de Miguel Faria no Unsplash

A inventariação do património imobiliário do Estado continua a ser “muito limitada e pouco fiável”, diz o parecer do Tribunal de Contas (TdC) à Conta Geral do Estado de 2022. O tribunal alerta para a falta de progressos nesta matéria, apontando “fragilidades no controlo e contabilização dos bens imóveis”. Destaca, por exemplo, a existência de 425 imóveis devolutos na Segurança Social (SS), algo que "contraria uma utilização eficiente do capital existente".

“Não se verificaram progressos na inventariação do património imobiliário do Estado e a informação que consta do Relatório da Conta é muito limitada e pouco fiável”, alerta o TdC, acrescentado que se “mantêm fragilidades inerentes ao próprio Sistema de Informação de Imóveis do Estado, o que limita as condições necessárias para a existência de demonstrações financeiras, uma componente fundamental da futura conta da Entidade Contabilística Estado”.

Segundo o relatório entregue esta terça-feira, 3 de outubro de 2023, na Assembleia da República, a Segurança Social é proprietária de 3.124 imóveis, dispersos por 201 municípios do continente e ilhas, valorizados em 322 milhões de euros. Destes, 1.949 imóveis (61,6% do total) estão registados por valores inferiores a 10 milhões.

património do Estado
Conta Geral do Estado de 2022

Dos 425 imóveis devolutos:

  • 36 destinam-se ao arrendamento;
  • 77 são para venda (alguns já em processo de alienação, outros em processo de avaliação para posterior venda);
  • 182 encontram-se devolutos por não reunirem condições de segurança para ocupação, sendo que 168 já se encontram em processo de reabilitação;
  • 94 estão em processo de avaliação para determinação do valor ou viabilidade de construção;
  • 22 edifícios serão transferidos para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS);
  • e para os restantes 14 "não se dispõe de informação sobre qual o destino a dar a estes imóveis":

Esta situação, diz o TdC, “carece de avaliação cuidada”, até porque “57 desses imóveis foram obtidos através de dação em cumprimento” e 11 foram comprados, ativos esses que agora “não estão a ser utilizados, quer na atividade operacional, quer para a obtenção de rendimento”.

O tribunal alerta que os imóveis detidos pela SS deverão ser utilizados "na prossecução das suas atividades ou para a obtenção de rendimento, sendo que a existência de 425 imóveis devolutos contraria uma utilização eficiente do capital existente".

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta