O mercado imobiliário de luxo de Londres parece resiliente à crise imobiliária britânica. Um bom exemplo disso é aquela que poderá vir a ser a maior operação de compra e venda na prestigiada rua londrina de Park Lane, em frente ao Hyde Park, onde uma mansão está à venda por 42,5 milhões de libras (49,1 milhões de euros).
A casa, que pertenceu ao negociante de arte do banqueiro J.P. Morgan no século XV, é a maior à venda em Park Lane desde que a família real do Catar adquiriu a Dudley House, há cerca de 15 anos.
A propriedade pertence há quase 20 anos a uma família britânica que a comprou por 8 milhões de libras (9,25 milhões de euros). Desde então, a propriedade foi redesenhada para incluir uma piscina, um spa e a extensão da cave nos seus quase 1.000 m2, além de destacar as incríveis vistas do Hyde Park e dos seus seis quartos.
O setor de luxo é posto à prova
A transação será o teste final à saúde do setor de luxo na capital do país, bem como das expectativas de compradores e vendedores num momento em que muitos estão a ser forçados a baixar os preços dos imóveis à venda. Não surpreendentemente, a maioria dos especialistas garantiu que é habitual que os compradores tentem um desconto de cerca de 10% ao comprar uma casa, enquanto metade dos compradores espera reduzir o custo em 5%, de acordo com dados da Savills.
Apesar disso, o setor imobiliário de luxo parece estar a resistir melhor à crise, em parte por causa da menor necessidade de empréstimos dos compradores. Os aumentos contínuos das taxas significam que as casas de baixo custo, para as quais os compradores precisam de empréstimos para financiar a transação, estão sob mais pressão do que aquelas com um preço inicial mais alto.
Deve-se notar que cerca de 17% dos indivíduos de alto património líquido compraram uma casa em 2022, de acordo com dados da Knight Frank. As transações neste setor também continuam a acontecer, incluindo a compra de uma mansão com vista para o Regent's Park pelo bilionário indiano Ravi Ruia este verão por 113 milhões de libras (130,6 milhões de euros).
A compra da mansão Park Lane deverá ser feita por um investidor estrangeiro, principalmente da América do Norte ou do Médio Oriente após a desvalorização da libra em relação ao dólar, algo que está a atrair cada vez mais investidores de fora do país, como apontou Richard Cutt, diretor da Sotheby's International Realty.
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