Observatório do Imobiliário da Century 21 mostra as dinâmicas de procura e oferta de habitação no país.
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Habitação em Portugal
Foto de Alena Darmel no Pexels

Nos últimos sete anos, as condições de acesso à habitação em Portugal deterioraram-se e a crise agudizou-se. A ambição vai-se distanciando cada vez mais da realidade, nomeadamente entre aquilo que se quer e que efetivamente se pode comprar/arrendar. É preciso optar, por exemplo, por T2 em vez de T3, com menor área e ir apenas para apartamentos, ou então fazer ajustes em termos de prioridades. Já o preço tornou-se um grande entrave.

O Observatório do Imobiliário da Century 21, mostra as dinâmicas de procura e oferta de habitação em Portugal no momento atual e a forma como evoluíram face a 2018. Sobre viver em casa própria ou arrendada, as preferências não se alteraram muito quer nas ambições quer na realidade: 92% preferem ter casa própria.

Analisando o perfil de quem procura casa em Portugal, percebe-se que 63% são mulheres. Cerca de 59% são famílias de duas ou três pessoas e 73% quer ficar na mesma cidade. Os apartamentos ganham destaque nas preferências nacionais (56%) e 95% tem como uma das maiores prioridades a segurança da zona.

Habitação em Portugal
Foto de Keira Burton no Pexels

No que diz respeito ao financiamento, algumas tendências têm vindo a mudar nos últimos anos - 41% recorre a financiamento com parte do capital próprio, segundo o estudo. Além disso, metade dos inquiridos quer uma casa de 100.000 euros a 200.000 euros; e 55% uma renda de até 500 euros.

Quem procura quer, sobretudo, ser independente (21%), ou mudar para uma casa/zona melhor (13%). Mais de metade (55%), quer seja para comprar ou arrendar, desiste devido ao preço. No passado, o principal entrave era não encontrar o que se procurava. Já quem vende indica três razões principais: precisar de dinheiro (27%), liquidez para fazer investimento (18%), ou mudar para uma zona ou casa melhor (12%).

A esmagadora maioria das pessoas que compraram ou arrendaram casa, que estão na busca ativa para comprar ou arrendar, assim como das pessoas que têm casas para venda ou arrendamento, não reconhece vantagens nos programas e medidas públicas anunciadas e em vigor para a habitação.

“Perto de 70% não conhece o programa Mais Habitação e entre 70% e 80% avalia as políticas do Estado nesta área como más ou muito más”, lê-se no relatório.

habitação em Portugal
Foto de Kampus Production no Pexels

Habitação em Portugal 2018-2024: principais números

  • Há maior apetência para mudar de cidade (24% para 28%)
  • Moradias isoladas cativam mais procura (15% para 24%)
  • A habitação usada sem necessidade de obra predomina na mesma, mas há maior disponibilidade para comprar em planta (2% para 8%) e menor apetência para fazer obras em usados (23% para 15%);
  • menor apetência para áreas pequenas. As casas até 75 m2 representavam 26% e estão agora em 13%. Procuram-se casas entre 76 e 120 m2;
  • Forte aumento dos preços. Aumento na ordem dos 30%, traduzidos numa diferença de 50.000 euros, para 216.466 euros;
  • Duplica a fatia de procura que recorre à venda da casa antiga para financiar a compra de uma nova (12% para 25%);
  • Renda aumenta 21% para 666 euros (+116 euros)
  • Hoje abdica-se principalmente no estado de uso da casa (em ser novo ou não precisar de obras), quando antes o principal ponto de cedência era na área

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