Foram vendidas 33.077 casas em Portugal, menos 4,1% face há um ano, diz INE. Subida de preços foi a menos expressiva desde 2021.
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Venda de casas em Portugal
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A recente descida dos juros no crédito habitação, por si só, não está a estimular a compra de casas em Portugal. Isto porque nos primeiros três meses de 2024 foram vendidas menos 4,1% de habitações do que no trimestre homólogo. Esta menor procura por casas à venda também continua a refletir-se nos preços das habitações: embora tenham subido 7% entre estes dois momentos, este foi o “aumento de preços menos expressivo desde o primeiro trimestre de 2021”, destacou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

“No primeiro trimestre de 2024, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 7,0% em termos homólogos, taxa inferior em 0,8 pontos percentuais (p.p.) à observada no trimestre anterior, correspondendo ao aumento de preços menos expressivo desde o primeiro trimestre de 2021”, começa por destacar o INE no boletim estatístico divulgado esta sexta-feira, dia 21 de junho. Face ao quarto trimestre de 2023, os preços das casas em Portugal subiram 0,6%, menos do que no período anterior (1,3%).

O que também salta à vista é que o preço das casas usadas aumentou a um “ritmo superior” face ao custo das casas novas à venda no nosso país no arranque de 2024:

  • Casas usadas: preço subiu 7,6% em termos homólogos e 1,1% face ao trimestre anterior;
  • Casas novas: preço aumentou 5,5% face ao mesmo período do ano passado. Já face ao último trimestre de 2023, as casas novas ficaram 0,8% mais baratas. Esta foi a “primeira redução de preços nesta categoria desde o terceiro trimestre de 2020 (aumento de 1,5% no 4º trimestre de 2023)”, destaca o instituto.

Compra de casas em Portugal cai 4,1% no arranque de 2024

No que diz respeito às casas vendidas no país, o INE dá conta que se transacionaram 33.077 habitações no primeiro trimestre de 2024, menos 4,1% que no mesmo período de 2023 e menos 3,1% face ao trimestre anterior. Estes dados sugerem os recentes alívios dos juros nos créditos habitação não têm tido impacto na compra de casas em Portugal (pelo menos, não sozinhos). Em falta está um aumento da oferta de casas em Portugal a preços compatíveis com os salários das famílias.

Foram precisamente as famílias que compraram mais casas neste período: 28.283 unidades (85,5% do total), movimentando 5,7 mil milhões de euros (84,2% do total).  Mas “as transações que envolveram famílias compradoras reduziram-se, em termos homólogos, 3,4% em número e 1,5% em valor”, destaca o documento.

Do total de casas vendidas em Portugal neste período, observa-se que houve uma queda mais acentuada nas transações que envolveram casas novas do que na venda de casas usadas:

  • Casas novas: foram vendidas 6.665 unidades, o que representa uma redução de 4,4% relativamente ao primeiro trimestre de 2023. Face ao trimestre anterior, a queda foi de 0,7% (-11,8% no quarto trimestre de 2023);
  • Casas usadas: as vendas atingiram as 26.412 unidades, menos 4,0% que no mesmo período de 2023 e menos 3,7% face o trimestre anterior (aumento de 2,9% no quarto trimestre de 2023).

Esta menor venda de casas também movimentou menos euros na economia nacional. Mas a queda do montante das transações não foi tão expressiva, o que pode estar relacionado com o facto de os preços das casas continuarem em alta e haver maior procura por habitações nos grandes centros urbanos, como a Grande Lisboa e a região Norte, que representam quase 50% do total de casas vendidas neste período.

Em concreto, o valor das habitações transacionadas no primeiro trimestre de 2024 atingiu 6,7 mil milhões de euros, menos 1,8% que em idêntico período de 2023. Por tipo de casas, observou-se uma variação homóloga de -2,1% no valor das transações das habitações usadas, para 4,9 mil milhões de euros. E ainda uma queda de 1,1% no valor das casas novas, somando 1,8 mil milhões de euros.

“Por comparação com o trimestre anterior, o valor das transações dos alojamentos, no primeiro trimestre de 2024, registou uma redução de 6,2%. Por categoria, o decréscimo no valor das transações das habitações existentes (-6,4%) superou o observado nas habitações novas (-5,7%)”, conclui o INE.

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