Porto, Gaia, Matosinhos e Gondomar têm, ao todo, 31.241 prédios potencialmente devolutos ou declarados como tal, sendo que Gaia é o concelho do Grande Porto onde existem mais edifícios nesta condição (22.100). Em causa estão imóveis que são quase todos privados e cujos proprietários pagam mais Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o chamado IMI agravado, que é aplicado pelas autarquias.
Segundo o Jornal de Notícias, há vários fatores a ter em consideração para perceber melhor o que mantém estes edifícios sem destino, visto que não estão todos desocupados ou em degradação pelo mesmo motivo.
Citado pela publicação, o arquiteto Manuel Luís Rodrigues refere, por exemplo, que há casos em que o edifício está encravado por questões jurídicas relacionadas com a partilha de heranças.
Paralelamente, há proprietários que podem ter interesse em manter os seus imóveis devolutos, com o objetivo de valorizarem e poderem ser vendidos, depois, por um valor mais elevado. E haverá também quem não tenha capacidade financeira para fazer as obras de renovação necessárias. Neste caso em concreto, há que ter em conta ainda o facto de muitas vezes os projetos demorarem a sair do papel, nomeadamente devido a atrasos nos processos de licenciamento.
“Temos clientes a vender ativos que projetaram há três anos, cujo custo de construção não é o mesmo do inicial. A legislação foi mudando, o custo de construção aumentou e há uma série de outras despesas”, explica Mário Jacob, da consultora imobiliária Cushman & Wakefield.
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