Número de cidadãos estrangeiros que vive em casas sobrelotadas está a aumentar na Europa, revela Eurostat.
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Casas sobrelotadas em Portugal
Getty images

O retrato das condições de habitação em que vivem os imigrantes na Europa não é animador. Desde logo, há mais cidadãos estrangeiros que vieram de países fora da União Europeia (UE) a viver em casas sobrelotadas em 2023 do que no ano anterior. E, em Portugal, esta realidade toca a 24% dos imigrantes fora da UE. Os elevados preços das casas podem ajudar a explicar este cenário.

“Em 2023, 34,2% dos cidadãos com origem fora da UE viviam em casas sobrelotadas, o que significa que não tinham um número adequado de divisões para o tamanho do agregado familiar”, conclui o Eurostat numa nota estatística publicada esta quinta-feira, dia 16 de outubro. Estes dados revelam um aumento face ao ano anterior, quando 32,9% dos cidadãos de países terceiros à UE viviam em agregados familiares sobrelotados.

Também houve mais europeus que se mudaram para outro país da UE a viver em casas sobrelotadas em 2023 (20,8%) do que em 2022 (20,5%). Já no que toca aos cidadãos europeus que não saíram do seu país de origem, a taxa de sobrelotação foi de 13,7% em 2023 (abaixo dos 13,9% do ano anterior).

Em Portugal, estima-se que 23,8% dos imigrantes vindos de fora da UE vivam em casas sobrelotadas, sendo mesmo a 9.º taxa mais baixa entre os 27 Estados-membros – e inferior à média da própria UE. Por detrás desta realidade estão vários fatores, como o trabalho precário, baixos salários e altos preços das casas que estas famílias enfrentam quando chegam ao nosso país, o que as impossibilita de pagar uma casa para viver em condições dignas. Por outro lado, nada na lei portuguesa fixa um limite para o número de pessoas que pode habitar uma casa, como explicamos aqui.

Casas sobrelotadas
Eurostat

As taxas de sobrelotação para os cidadãos de países fora da UE variam muito de país para país, com as mais elevadas a terem sido registadas na Polónia (53,3%), Itália (50,7%), Suécia (48,3%) e Grécia (47,5%). Já as mais baixas foram observadas no Chipre (4,0%), Irlanda (9,1% ) e Malta (10,8%).

Para os cidadãos europeus que estão a viver noutros países da UE, as taxas de sobrelotação foram mais elevadas na Itália (39,9%), Grécia (33,1%) e Alemanha (24,9%). Em contrapartida, as taxas mais baixas foram observadas em Malta (0,3%), seguida pelos Países Baixos (4,8%) e Chipre (5,4%). Em Portugal, cerca de 16,8% cidadãos vindos de outros países da UE viviam em situação de sobrelotação habitacional em 2023.

Há também famílias a viver em casas sobrelotadas no próprio país. Entre os cidadãos residentes no seu país, as taxas de sobrelotação mais elevadas foram observadas na Letónia (37,0%), Roménia (35,2%) e Polónia (31,5%). E as taxas mais baixas foram registadas em Malta (1,0%), Chipre (1,4%) e Irlanda (2,0%). Portugal encontra-se a meio da tabela, com 10,8% dos portugueses a viver em casas sobrelotadas.

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