Portugal é o país que tem mais zonas territoriais a registar recordes dos preços das casas em setembro. Descobre quais são.
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Preço das casas em Portugal
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O acesso à habitação está a agravar-se nos três grandes mercados residenciais do sul da Europa, embora com intensidades distintas. E por detrás desta tendência está o claro desequilíbrio entre a grande procura para uma reduzida oferta de habitação. Este é o principal fator que explica a subida dos preços das casas à venda no verão de 2024 face ao período homólogo, o qual foi mais acentuado em Portugal (9,8%), seguido de Espanha (8,7%) e Itália (2,2%). E estão a subir de tal forma, que os preços das casas atingiram mesmo máximos históricos na série do idealista tanto em Portugal, como na vizinha Espanha. Descobre em que distritos e províncias se registaram novos recordes dos preços das casas nestes três países.

Em Portugal, os preços das casas estão a subir de forma contínua há cerca de um ano, colocando o custo mediano das casas para comprar nos 2.735 euros por metro quadrado (euros/m2) em setembro, um novo máximo histórico na série do idealista que remonta a 2015. Também em Espanha foi registado um recorde em setembro, com o custo mediano da habitação a situar-se nos 2.182 euros/m2. Já em Itália o preço mediano registado em setembro (1.851 euros/m2) continua 26,7% abaixo do máximo observado em maio de 2012 (2.525 euros/m2).

Preços das casas atingem recorde na maioria dos distritos e ilhas em Portugal

Comprar casa em Portugal continua a ficar cada vez mais caro, com os preços a acelerar a sua evolução. E isto deve-se aos novos estímulos à aquisição de habitação, como é o caso da descida dos juros no crédito habitação, uma maior poupança das famílias e ainda os novos incentivos à compra de casa por jovens (isenção de IMT e garantia pública). Como a oferta de casas não consegue acompanhar este crescimento da procura, os preços sobem mais.

O aumento dos preços das casas no nosso país varia de distrito em distrito, bem como de ilha para ilha. Mas a verdade é que 11 dos 18 distritos de Portugal Continental atingiram recordes nos preços das casas em setembro. E o mesmo aconteceu em várias ilhas, como na Madeira, Porto Santo e na ilha de São Miguel, nos Açores.

A lista dos distritos e ilhas portuguesas que registaram preços das casas máximos em setembro arranca logo com os territórios mais caros de todos. Falamos dos distritos de Lisboa (4.174 euros/m2), Faro (3.513 euros/m2) e da ilha da Madeira (3.173 euros/m2), que atingiram o maior custo mediano de sempre da habitação, depois de registarem aumentos anuais de 9,3%, 10,1% e 16,5%, respetivamente.

Também o distrito do Porto (2.764 euros/m2), de Setúbal (2.619 euros/m2) e a ilha do Porto Santo (2.469 euros) atingiram valores recorde nas casas à venda. Enquanto os preços no Porto e a ilha de Porto Santo subiram acima da média nacional (13% e 21,1%, respetivamente), no distrito de Setúbal registou-se um crescimento inferior, de 6,7%.

Ainda com preços das casas recorde em setembro – e acima de 1.500 euros/m2 - estão a ilha de São Miguel (1.843 euros/m2), Aveiro (1.757 euros/m2) e Leiria (1.694 euros/m2), que registaram aumentos de 17,8%, 8,1 % e 11,1%, pela mesma ordem. Os outros cinco distritos portugueses atingiram preços das casas máximos são: Coimbra (1.461 euros/m2), Santarém (1.215 euros/m2), Beja (1.146 euros/m2), Vila Real (1.030 euros/m2) e Bragança (907 euros/m2).

Sete províncias espanholas registam preços máximos

Em Espanha também foram registados novos máximos nos preços das casas em vários territórios – embora menos do que em Portugal. No final de setembro, sete províncias espanholas atingiram recordes no preço mediano das casas à venda:

  • Alicante (2.298 euros/m2);
  • Ilhas Baleares (4.561 euros/m2);
  • Guipúscoa (3.652 euros/m2);
  • Las Palmas (2.542 euros/m2);
  • Madrid (3.569 euros/m2);
  • Málaga (3.397 euros/m2);
  • Santa Cruz de Tenerife (2.865 euros/m2).

No final do terceiro trimestre de 2024, o maior aumento anual dos preços das casas nestas províncias espanholas foi observado em Santa Cruz de Tenerife (17,5%), seguida de Las Palmas (14,7%) e Madrid (14,1%). Houve ainda províncias que registaram aumentos dos preços acima de 10%, como foi o caso das ilhas Baleares (13,1%), Alicante (12,6%) e Málaga (11,9%). Já em Guipúscoa o custo mediano da habitação subiu 4,8% em termos homólogos.

O que salta à vista é que cinco destas sete províncias que atingiram preços das casas máximos são das mais caras de Espanha. É o caso das ilhas Baleares, seguidas de Guipúscoa, Madrid, Málaga e Santa Cruz de Tenerife, mostram ainda os dados do idealista. Já Las Palmas é a oitava província mais cara e Alicante a 11ª.

Durante o último ano, quase todas as províncias espanholas registaram aumentos nos preços das casas à venda, à exceção de Ourense (-2,2%), Córdoba (-1,6%), Ciudad Real (-0,9%) e Badajoz (-0,2%), entre as quais nenhuma regista o custo médio do metro quadrado acima de 1.200 euros, exceto na província andaluza.

Só 6 províncias de Itália atingem recordes no custo da habitação

Em Itália, a realidade da habitação é um pouco diferente da dos outros países do sul da Europa. Além de a mediana nacional do custo da habitação estar bem longe do recorde atingido há 12 anos, o mesmo se observou na esmagadora da maioria das 100 províncias que compõe o país.

Em concreto, só seis províncias italianas apresentam preços das casas em máximos em setembro – e nem sequer estão entre as mais caras do país. Entre as províncias italianas que atingiram recordes de preços, Sassari (2.436 euros/m2) é a que apresenta o custo das casas à venda mais elevado, embora tenha subido apenas 1% em termos homólogos.

Seguem-se Triestre (2.335 euros/m2), Brescia (2.314 euros/m2) e Verona (2.247 euros/m2), sendo esta última a que registou o maior aumento dos preços entre as províncias italianas que somaram um novo recorde em setembro (9,5%). Em Trieste os preços subiram 7% no último ano e em Brescia 5,5%. A completar a lista de províncias que registaram novos máximos de preços das casas está Treviso (1.844 euros/m2) e Pádua (1.816 euros/m2), depois de os valores terem subido 6,6% e 6,2%, respetivamente.

Os preços das casas para comprar mais elevados em Itália encontram-se nas províncias de Bolzano (4.558 euros/m2), Milão (3.398 euros/m2), Lucca (3.116 euros/m2) e Savona (3.071 euros/m2). Os maiores aumentos anuais dos preços foram observados em Belluno (11,1%) e Trento (11%), enquanto os preços caíram em 22 províncias, com destaque para a queda de 4% em Benevento.

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