
O mercado imobiliário premium em Portugal tem vivido fortes transformações ao longo dos anos. Seja pelo perfil e nacionalidades de quem deseja viver e investir no país, seja pelas localizações e respetiva atratividade. As grandes cidades continuam a dar cartas no segmento de gama alta, contudo, nos últimos anos, outras áreas têm revelado todo o seu potencial. É o caso da Comporta, destacada como um destino de luxo de eleição para investidores imobiliários, ganhando ímpeto como os “Novos Hamptons” de Portugal, segundo explica o fundador da HomeLovers, Miguel Tilli.
Com praias selvagens, baixa densidade habitacional e projetos arquitetónicos exclusivos, esta zona do distrito de Setúbal - a menos de uma hora e meia de Lisboa em carro - atrai personalidades de renome mundial, sendo um dos mercados mais desejados para estrangeiros e nacionais que procuram imóveis de alta qualidade em cenários idílicos, algo que tem motivado “uma escalada quase meteórica nos preços”, segundo o especialista.
“Nos últimos anos, a zona da Comporta tem experienciado um conjunto de resorts de luxo com uma arquitetura diferenciada, muito própria da região e que atraiu importantes personalidades mundiais, tendo sido recentemente apelidada de os “Novos Hamptons””, aponta o responsável da mediadora, que está consolidar a sua presença na zona com o projeto “Casas do Sal”.
De acordo com Miguel Tilli, e apesar das mudanças legislativas que afetam os benefícios fiscais e os golden visas, o mercado de luxo mantém-se atrativo, atualmente, com procura crescente por parte de brasileiros, americanos e europeus.

Quais são as principais tendências que têm observado no mercado imobiliário de luxo em Portugal nos últimos anos, e como é que a HomeLovers tem procurado adaptar-se a elas?
De há alguns anos a esta parte observamos uma procura muito forte no centro de Lisboa, Cascais e Porto, e concretamente na parte histórica dessas cidades. Estas zonas sempre foram as eleitas dos compradores das casas de luxo. No entanto, aos dias de hoje a procura estendeu-se para zonas mais periféricas e em muito dos casos, até rurais. A HomeLovers através da sua presença na Comporta tem vindo a atender de forma mais abrangente esta nova tendência que se tem alargado a muitas regiões do Alentejo, Algarve e Douro.
O que diferencia a HomeLovers neste segmento?
Aquilo que diferencia a HomeLovers das demais concorrentes deste segmento tem essencialmente a ver com o tipo de propriedades que detemos no nosso portfólio e também no facto de a HomeLovers ter uma equipa multidisciplinar que apoia os seus clientes não só na compra, como também em projetos mais abrangentes, como seja de arquitetura e obras de remodelação.
O mercado de luxo no país tem atraído cada vez mais compradores estrangeiros. De que nacionalidades? E vêm à procura de que tipo de imóveis/negócios?
É verdade, sim, que cada vez mais os estrangeiros são quem mais pagam pelas casas em Portugal, tornando inclusive a maior parte delas quase de impossível acesso aos compradores nacionais.
De entre as nacionalidades que mais destacamos são os brasileiros e os americanos, sendo crescente a procura por parte de zonas em conflito de guerra nomeadamente da Europa de Leste e Israel. O mercado asiático, apesar do fim dos golden visa por aquisição imobiliária, continua a ter bastante procura.

E o cliente nacional, o que prefere na hora de investir neste segmento?
O cliente nacional procura essencialmente espaços modernos - não tanto no centro histórico - onde o conforto e as áreas generosas são fatores decisivos. Têm fugido dos centros históricos pela dificuldade de acessos, em estacionar e pela crescente presença de turistas.
O que distingue Portugal de outros destinos?
A segurança é um tema (ainda) muito presente nas escolhas dos estrangeiros. Esperemos que assim se mantenha. Mas o clima, a gastronomia e a simpatia com que recebemos quem nos visita são fatores determinantes.
Estão envolvidos num novo projeto na Comporta. O que é que esta zona tem de tão especial? Como é que evoluiu ao longo dos últimos anos? Em termos de projetos, preços…
A zona da Comporta e no caso do nosso projeto em Alcácer do Sal, distingue-se essencialmente pelo acesso a kms de praias quase selvagens, pela fraca densidade de construção e pela sua exclusividade, apenas acessível a poucas bolsas. Nos últimos anos, a zona da Comporta tem experienciado um conjunto de resorts de luxo com uma arquitetura diferenciada, muito própria da região e que atraiu importantes personalidades mundiais, tendo sido recentemente apelidada de os “Novos Hamptons”.

Tem havido uma escalada quase meteórica dos preços, sendo que esse argumento serviu de base à conceção do nosso projeto, as “Casas do Sal” bastante mais acessível nessa matéria, e que torna possível a sua aquisição pela classe média portuguesa e de muitos outros estrangeiros que desejem viver ou investir num produto com excelente relação qualidade/preço.
Que outras zonas do país destacariam com potencial na área do luxo? O que as torna particularmente atrativas?
Sem dúvida o Algarve e a região do Douro e muitas outras zonas litorais que se estão a desenvolver na zona Sul de Portugal, com especial destaque para a zona de Melides.
A personalização é um aspeto-chave no mercado de luxo. Como garantem uma experiência personalizada e diferenciada para quem vos procura?
Aquilo que nos diferencia e que tento transmitir à nossa equipa comercial é de que apresentem aos clientes apenas aquilo que procuram, que sejam o mais coerente possíveis relativamente aquilo que lhes é pedido. Este tipo de cliente é um cliente muito informado e exigente, muitos deles com ativos imobiliários em várias partes do mundo, pelo que é essencial ir ao encontro das suas pretensões e assim ganhar a confiança.

Qual é o papel das novas tecnologias, como a realidade virtual e a inteligência artificial na forma como a HomeLovers apresenta os imóveis e interage com os clientes?
Sendo a HomeLovers a empresa de mediação imobiliária com mais seguidores nas redes socais em Portugal levamos este tema do digital muito a sério. Conseguimos hoje em tempo real responder a qualquer lead em segundos com base na AI, que veio sem dúvida revolucionar o tema do costume care.
O imobiliário em Portugal tem passado por várias alterações legislativas. Como avaliam o impacto dessas mudanças no segmento de luxo?
As incertezas são um dos principais fatores de dissuasão de qualquer comprador/investidor, sobretudo, quando se trata de temas como impostos e atribuição de nacionalidade através de investimento. Durante vários anos muitos investidores de luxo conciliavam o investimento com determinados benefícios fiscais ou mesmo aquisição de um passaporte para circular livremente no espaço Schengen, o que neste momento já não é possível.
No entanto, apesar de se fazer sentir esse abrandamento, especialmente de compradores asiáticos, o mercado de luxo mantêm-se ativo, beneficiando essencialmente de compras realizadas por brasileiros e norte-americanos.
Quais são os próximos passos e objetivos estratégicos da HomeLovers para o futuro?
A grande novidade para o início do ano de 2025 prende-se com uma parceria em cobranding entre a HomeLovers e a prestigiada marca de mediação imobiliária WEICHERT REALTORS, uma das maiores empresas americanas do setor do real estate, com mais de 450 escritórios implementados em quase todo o seu território. Foi uma resposta da HomeLovers à crescente procura residencial pelos americanos no nosso país.
Muito importante também em termos estratégicos foi o acordo com a maior agência/portal imobiliário asiático Jwai IQI que confere à HomeLovers uma presença única e inigualável nesse mercado. Paralelamente, a nível nacional, temos as recentes inaugurações dos nossos novos escritórios em Lisboa, em Belém, e no Porto junto à Avenida da Boavista.

Finalmente, consolidar a vertente de promoção imobiliária, do qual destacamos o projeto “Casas do Sal”, já em comercialização, e dois outros novos projetos: um na zona histórica do Montijo e outro no coração da Lapa com oito apartamentos únicos e com preços muito interessantes e competitivos.
Que conselhos dariam a alguém que deseja investir no mercado imobiliário de luxo em Portugal, especialmente neste momento de incerteza económica global?
Em primeiro lugar, e dada a escalada de preços dos últimos anos, talvez aconselhar a comprar um pouco fora dos grandes centros urbanos onde exista ainda alguma margem para que os investimentos realizados consigam alguma mais-valia significativa.

No entanto, é sempre aconselhável manter o foco no centro das principais cidades, como Lisboa e Porto, onde os investimentos são sempre seguros.
Por fim, a compra de um terreno para quem quiser fazer a casa à sua medida é sempre uma hipótese para aqueles que não tenham urgência em mudar-se para o nosso país.
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