
O Governo vai reduzir em 391,3 milhões de euros o financiamento previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a habitação, no âmbito da reprogramação do plano que será apresentada em Bruxelas. A medida, anunciada pelo secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, surge devido à subida dos custos das obras e ao tempo limitado para a execução dos projetos.
Apesar do corte, segundo a notícia avançada pelo Jornal de Negócios, o Executivo garante que os investimentos na habitação pública a custos acessíveis não serão comprometidos, assegurando que as 6.800 habitações previstas serão construídas. No entanto, a fonte de financiamento será alterada, com a possibilidade de recurso a outras fontes, como empréstimos do Banco Europeu de Investimento (BEI).
O Governo justifica a necessidade da reprogramação com os atrasos na execução dos projetos e a crescente dificuldade em cumprir os prazos estabelecidos pelo PRR. Segundo Hélder Reis, a mudança não tem motivações políticas, mas sim pragmáticas, uma vez que a execução de obras complexas enfrenta entraves que exigem soluções alternativas de financiamento.
Além da habitação, também as áreas da mobilidade sustentável e da gestão hídrica vão sofrer cortes significativos no financiamento do PRR. A expansão do metro de Lisboa será faseada, enquanto o projeto do metro ligeiro Odivelas-Loures será retirado devido aos custos elevados. Já no setor da gestão hídrica, obras como a dessalinizadora do Algarve e barragens como as do Pomarão e do Pisão ficam de fora.
Para poder comentar deves entrar na tua conta