
Portugal terminou 2024 ultrapassando a barreira dos 40% de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que é positivo. Agora, os esforços estão concentrados em fintar os desafios que podem comprometer mais de metade das obras previstas no PRR, que têm apenas ano e meio para serem concluídas. Isto porque há obras de grande dimensão em curso e ainda falta lançar novos concursos, nomeadamente de habitação. A pressão em cumprir as metas do PRR “é muito forte”, sobretudo devido à falta de mão de obra na construção civil.
Até agora, “ao nível das metas e dos marcos, estamos em linha com aquilo com que nos prometemos com a Comissão Europeia”, disse Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, à RTP. Mas admitiu que “é na execução física no terreno onde esses desafios são muito maiores”, referindo-se à falta de mão de obra e à burocracia relacionada com os concursos de obras públicas.
“Se nós não conseguirmos atrair mais imigrantes para […] a construção, não vamos ter capacidade para conseguir executar toda a obra que já está lançada e em construção, e aquela que durante o ano de 2025 vai ser posta a concurso”, alertou Pedro Dominguinhos em declarações ao Porto Canal.
Há obras de grande dimensão que concentram os esforços na reta final de ano e meio, como é o caso do Hospital de Todos-os-Santos em Lisboa. E há ainda várias obras a chegar. “Vamos ter milhares de casas que vão se postas a concurso, assim como várias dezenas de centros de saúde, várias escolas de grande dimensão. Isso significa uma grande exigência do ponto de vista de obra pública, a que se junta também o Portugal 2030”, que tem de cumprir 15% de execução até ao final deste ano, detalhou ainda o presidente da comissão ao mesmo meio.
A par destes desafios relacionados com a falta de mão de obra, este ano vai haver ainda eleições autárquicas, pelo que as mudanças nos executivos camarários podem atrasar o ritmo da execução e do lançamento de obras.
Para que seja possível cumprir o PRR até junho de 2026, o Governo vai entregar a Bruxelas uma reprogramação do programa ainda no mês de janeiro, trocando projetos mais atrasados – como o caso do Metro de superfície que ligará Odivelas a Loures- por outros projetos em fase mais avançada.
“Vamos ter investimentos que vão ser retirados do PRR, embora continuem financiados por outro investimento, porque não há capacidade para os executar no tempo. Vamos ter outros investimentos que vão ser financiados parcialmente e vamos ter novos investimentos que vão ser introduzidos” no PRR, assinalou ainda Pedro Dominguinhos.
Também para acelerar o investimento, Portugal foi o 2º país a pedir a sexta tranche financeira do PRR, que ainda aguarda validação de Bruxelas, um processo que poderá demorar cerca de dois meses.
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