
És daqueles que gosta de ter gás e eletricidade em casa para garantir uma alternativa em caso de falha? O apagão que deixou às escuras Portugal e Espanha, fez-nos levantar várias questões, entre elas: quem depende da eletricidade para cozinhar e aquecer água, como faz?
As casas mais modernas, são maioritariamente equipadas com placas de indução e termoacumuladores, tornando o gás dispensável. Mas será mesmo assim?
Para além do aumento dos preços da energia, os cortes inesperados no fornecimento podem causar bastantes transtornos. Assim sendo, é melhor ter equipamentos a gás ou eletricidade?
Neste artigo, poderás recuperar quais são as vantagens e desvantagens de cada escolha e como tomar a melhor decisão.
Numa terra às escuras, quem tem gás é rei

Se há coisa que o apagão de 28 de abril nos mostrou, é que estamos demasiado dependentes da energia no geral e da eletricidade em particular. Quase tudo o que precisamos para que o nosso dia corra sem percalços implica o fornecimento de energia elétrica: multibancos, supermercados, postos de gasolina e, nalguns casos, até cozinhar em casa ou tomar um banho de água quente.
Antes de iniciares uma transição para uma casa alimentada exclusivamente a eletricidade, ou se este acontecimento te fez querer voltar ao gás, é importante ter em conta todas as vantagens e desvantagens associadas.
Vantagens de ter gás em casa
Para além do preço geralmente mais baixo, há outros aspetos a considerar:
- Aquecimento mais rápido (seja no fogão ou através de esquentador para o banho);
- Independente da rede elétrica ou seja, funciona mesmo durante apagões;
- Fácil regulação da chama;
- Menor custo de manutenção do equipamento;
Desvantagens de ter gás em casa
Para além de ser mais perigoso, ter gás em casa também tem outras desvantagens:
- Menos ecológico;
- Risco de fugas de gás e/ou explosões;
- Instalação mais complexa e requer inspeção periódica;
A importância da eletricidade: fez-se luz nas consciências
A eletricidade é, na verdade, um dos grandes pilares da vida moderna e se nunca tinhas pensado nisso, acreditamos que o apagão te deu alguns exemplos. Qualquer 'simples' botão precisa de fornecimento de energia para cumprir a sua função, por exemplo, muitos supermercados fecharam não pela falta de produto ou iluminação nos corredores, mas pela impossibilidade de registar as operações no sistema.
Em muitas casas, também se verificaram algumas dificuldades: carregar o telemóvel, ver televisão, aquecer comida no microondas, entre tantas outras coisas que embora pareça pequenas, podem tornar-se gigantes.
Vantagens da eletricidade em casa
No entanto, quando o dia a dia decorre com normalidade existem vários aspetos positivos a ter em conta:
- Mais limpa e ecológica;
- Instalação mais fácil;
- Não produz cheiros ou gases nocivos;
- Maior segurança;
Desvantagens da eletricidade em casa
Ter uma casa quase totalmente elétrica também tem alguns pontos menos positivos, entre eles:
- Preço geralmente mais elevado;
- Dependência da rede elétrica;
- Vulnerável a apagões ou falhas durante condições atmosféricas adversas (tempestades);
- Consumo pode ser imprevisível;
Tarifas de eletricidade em 2025: qual a mais barata?

Se és parte de um casal com dois filhos e queres encontrar a melhor comercializadora para reduzir a tua fatura de eletricidade, trazemos-te uma análise detalhada dos custos anuais com base num consumo realista.
Neste cenário, consideramos uma potência contratada de 6,9 kVA com opção bi-horária, assumindo um consumo anual de 3.000 kWh em fora do vazio e 2.000 kWh em vazio. Aqui estão as opções disponíveis e os seus custos anuais:
- Ibelectra – Solução Segura: com adesão ao débito direto e fatura eletrónica, esta tarifa apresenta um custo anual de 1.053,88€, sendo uma das mais competitivas do mercado.
- Endesa – Tarifa Indexada: o preço da eletricidade varia consoante o mercado grossista, o que pode trazer vantagens em períodos de preços baixos. O custo anual estimado é de 1.061,94€.
- Galp – Casa & Estrada Eletricidade Verde & Combustível (DD): destaca-se pelo compromisso com a sustentabilidade, oferecendo energia 100% renovável. O valor anual a pagar é de 1.064,18€.
- EDP – Eletricidade DD+FE Campanha 15% Energia: também aposta na energia 100% renovável, mas com um custo superior, situando-se nos 1.119,70€ anuais.
Comparação de preços do gás natural em 2025

Um casal com filhos, que pertença ao 2.º escalão de consumo de gás natural (221 a 500 m³/ano), poderá aproveitar a seguinte comparação de preços para reduzir a fatura de energia. Considerando a Lisboagás como operadora de rede e um consumo anual de 3.407 kWh, estas são as tarifas mais competitivas do momento segundo o simulador da ERSE:
- Gás Natural CUR (tarifa do mercado regulado): esta continua a ser a opção mais económica e representa uma poupança significativa em comparação com o mercado livre. Esta tarifa está disponível para todos os consumidores e pode ser uma escolha vantajosa para quem procura o menor custo possível. Anualmente tem um custo de 366,18 €/ano;
- Dourogás – Mais Poupança: 493,44 €/ano, entre as comercializadoras do mercado livre, a Dourogás apresenta a oferta mais competitiva. No entanto, para beneficiar deste preço, é necessário aderir ao pagamento por débito direto;
- EDP Gás (com Débito Direto ou Fatura Eletrónica): irás pagar 494,62 €/ano, sendo esta uma tarifa que permite reduzir custos através da adesão ao débito direto ou à fatura eletrónica, promovendo um processo mais simples e digital.
- Plenitude – Tarifa Fácil: custa 495,33 €/ano, sendo uma tarifa bastante próxima das opções anteriores, oferecendo uma solução competitiva dentro do mercado livre;
- Iberdrola – Mais Casa Gás (com Débito Direto ou Fatura Eletrónica): com um valor de 504,67 €/ano, esta é uma opção viável para quem já tem outros serviços da empresa e procura um pacote combinado;
- Endesa – Tarifa e-Gás: o preço é mais alto que as opções acima e custa 508,27 €/ano um pouco acima das restantes opções, mas ainda dentro de um intervalo competitivo, especialmente para quem já é cliente da marca.
- Galp – Casa & Estrada Gás Natural & Combustível (com Débito Direto): esta é a tarifa mais elevada entre as opções analisadas, com um custo anual de 512,91 €.
O que é mais caro: eletricidade ou gás?
Com base nos valores analisados através do simulador da ERSE, os preços da energia em março de 2025 são os seguintes:
- O custo anual da eletricidade varia entre 1.053,88€ e 1.119,70€.
- O custo anual do gás natural varia entre 366,18€ e 512,91€.
Mesmo na opção mais cara, o gás continua a ter um custo inferior à eletricidade. No entanto, o impacto real no orçamento vai depender do nível de consumo de cada família.
Mercado regulado ainda existe?

O mercado regulado do gás e da eletricidade vai continuar em funcionamento pelo menos até ao final de 2026, após o Governo português ter indicado que irá prolongar o regime.
No entanto, esta extensão exige alterações legislativas e deverá obedecer a critérios estabelecidos pela Comissão Europeia, que recomenda a transição para o mercado livre, permitindo tarifas reguladas apenas para os consumidores vulneráveis. A decisão prende-se com a necessidade de avaliar soluções que garantam preços acessíveis da eletricidade a nível europeu, bem como proteger os consumidores em momentos de crise energética.
No setor elétrico, os preços no mercado livre já permitem algumas poupanças para os consumidores, ao contrário do gás, onde o mercado regulado continua a ser mais competitivo.
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