O segmento de alojamento estudantil em Portugal, conhecido como Purpose-Built Student Accommodation (PBSA), emerge como um dos segmentos do mercado imobiliário comercial mais promissores, impulsionado por uma procura crescente, escassez de oferta e rendimentos resilientes face a outros setores alternativos.
O país enfrenta, atualmente, um défice significativo de camas para estudantes universitários deslocados, criando oportunidades para novos investimentos e projetos de expansão.
A consultora WORX refere, em comunicado, que apenas 35.800 camas estão disponíveis para 448.200 estudantes, sendo que apenas 12.100 correspondem a residências privadas de elevada qualidade. A cobertura média, ajustada à procura dos deslocados, atinge apenas 22%, evidenciando um mercado em clara desfasagem face à procura nacional e internacional, que cresce a uma taxa anual de 14% nos últimos cinco anos.
Segundo se lê na nota, desde 2019, Portugal recebeu investimentos de 805 milhões de euros neste segmento, impulsionados por operadores internacionais, reforçando a liquidez e o apetite de investidores institucionais. O mercado revela estabilidade e resiliência mesmo em períodos de incerteza económica, apresentando retornos ajustados ao risco muito competitivos e diversificação estratégica para fundos alternativos.
Oportunidades de crescimento se concentram tanto nas grandes cidades como Lisboa e Porto, onde a cobertura ajustada ainda não satisfaz a procura, como em centros universitários de menor dimensão, incluindo Braga, Coimbra e Évora. A diferença de preço entre residências premium – com ginásio, cinema, piscina e bibliotecas – e soluções convencionais pode atingir 120%, sublinhando o potencial de valorização de projetos de qualidade superior, acrescenta a empresa.
João Tinoco, Investment Director da WORX, conclui: “O mercado das residências de estudantes em Portugal apresenta um forte potencial de crescimento, tornando-se um dos nichos mais promissores do imobiliário comercial. Este cenário cria oportunidades relevantes para promotores, operadores e investidores, seja através do desenvolvimento de novos projetos ou da aquisição e gestão de ativos existentes”.
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